O bombástico crescimento do engajamento em mídias sociais e requisições de streaming revelam a tendência para transmissão esportiva do futuro
Se a Copa do Mundo FIFA 2014 já havia sido a com maior tráfego nas redes sociais de todos os tempos, a de 2018 continuou com o crescimento nesta frente e também foi a primeira a trazer números realmente relevantes no quesito distribuição OTT. Talvez pelo momento tecnológico, o streaming durante a Copa do Brasil ainda não havia decolado, como foi o caso dos Jogos Olímpicos dois anos depois. Agora, em 2018, o patamar é realmente outro.
Em termos de engajamento em mídias sociais, a Copa da Rússia foi a maior da história. Só nas plataformas digitais da própria FIFA, foram mais de 7,5 bilhões de ações de engajamento. Parte do sucesso aconteceu por conta das inovações em termos de conteúdo, como as equipes da FIFA TV dedicadas à seguir cada uma das 32 seleções e contar as histórias por meio das mídias sociais e do APP da FIFA, que se tornou líder de download em mais de 128 países.
Como era de se esperar, outra força essencial para este sucesso foi o crescimento do conteúdo social em vídeo, realizado por equipes nas 11 Cidades Sedes. Graças à este esforço editorial, a FIFA alcançou mais de 1,25 bilhões de visualizações de vídeos em suas plataformas e mais de 4 milhões de novos inscritos em seu canal no YouTube. Os vídeos eram produzidos em mais de 16 línguas, ampliando o acesso à estes conteúdos em um esporte global como é o futebol.
Over The Top
Durante a final da Copa do Mundo, a consultoria Conviva, responsável pela geração de estatísticas de OTT para transmissão de grandes eventos, mediu um número de 9.12 milhões de PCP (Peak Concurrent Plays), o que significa pessoas conectando-se e solicitando o playback do serviço exatamente ao mesmo tempo.
Esta quantidade simultânea de solicitação foi um novo recorde global para um evento. Antes da Copa do Mundo o maior número registrado havia sido 5.5 milhões durante o Super Bowl 2018. Este recorde, porém, não sobreviveu ao primeiro dia de Copa, com o jogo de estreia já registrando um PCP de 6.33 milhões. Durante os 30 dias de torneio, este recorde foi quebrado mias 20 vezes até chegar ao enorme pico da grande final.
Em comparação com as Copas do Mundo anteriores o número mostra-se ainda mais soberano. Durante a edição 2014 do evento, o maior PCP registrado foi de 3.9 milhões e na edição 2010, quando começou a ser medido, de 1.5 milhão. Este crescimento é um indicador da crescente confiança dos consumidores em plataformas de streaming ao vivo para aplicações críticas, como é o caso de esportes. A projeção da Conviva para a copa de 2022 é de um PCP de até 25 milhões de plays simultâneos.
Em termos absolutos, a Conviva mediu que a Grande Final chegou a 41.2 milhões de tentativas de playback, com 34.9 milhões bem sucedidas. Outra estatística interessante é a relativa ao engajamento das audiências assistindo os jogos por streaming, com uma média de 64.6 minutos de visualização por usuário único (a média registrada para jogos de futebol antes da Copa era de 20 minutos).
Em termos de plataformas, as menos populares são as que geram maior engajamento. Usuários que acompanharam os jogos por Setop Boxes como Roku, Chromecast, Apple TV e os Video Games Playstation e XBox tiveram uma média de 113 minutos de audiência, enquanto que usuários em smartphones ficaram somente 41 minutos assistindo aso jogos.
De acordo com a consultoria, este tipo de situação acontece devido ao maior número de bugs e problemas de playback que acontecem em dispositivos móveis, sobretudo com sistema operacional Android, enquanto que os Set-top-boxes trazem maior estabilidade. Para se ter uma ideia, fazendo uma comparação entre Chromecast e Android, ambos produtos Google, a ocorrência de problemas que impediram o streaming de iniciar foi de 4,6% em smartphones e somente 0,13% no Chromecast. Problemas de buffer também tem uma relação parecida (3,09% vs 0,24%). O resultado foi um abandono de vídeo três vezes maior entre usuários Android.
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