A designer de iluminação Christina Thanasoula, do estúdio Creative Lighting, sediado em Atenas, deu mais uma demonstração de sua abordagem inventiva e fora dos padrões no Festival de Atenas e Epidauro 2025, utilizando os populares Titan Tubes da Astera de forma inovadora em duas produções intensas e visualmente distintas: a estreia mundial de Blindness, dirigida por Emily Louizou, e Phenomenon, com direção de Katerina Giannopoulou.
Reconhecida por seu trabalho com ópera, drama, dança, teatro e música ao vivo, Thanasoula foi uma das palestrantes do simpósio Showlight 2025, em Dijon, na França, e utiliza a luz como ferramenta colaborativa para criar atmosfera, emoção e significado nas narrativas. No festival grego, ela integrou os Titan Tubes de forma criativa à linguagem visual de cada obra, com resultados elogiados pelo público e pela crítica.
Blindness, uma adaptação teatral do romance de José Saramago feita por Simon Stephens, retrata uma epidemia súbita de cegueira em um cenário desolador e questionador sobre a natureza da humanidade. Encenada em um antigo galpão industrial no número 260 da rua Peiraios, em Atenas, a montagem exigia uma ambientação crua, decadente e desconfortável, com iluminação semelhante à de um hospital psiquiátrico abandonado. Para isso, Christina especificou com antecedência o uso de 24 Titan Tubes, garantindo que os aparelhos fizessem parte essencial da cenografia desde os primeiros ensaios.
Com aparência contemporânea, os Titan Tubes foram camuflados com coberturas cenográficas desgastadas, criadas pelo departamento de cenografia, e instalados no teto do espaço cênico com conexão cabeada, assumindo a aparência de fluorescentes institucionais. Eles formaram o núcleo da iluminação do espetáculo, acompanhados de outras fontes LED e algumas lâmpadas de tungstênio. A operação foi feita com um console ChamSys MagicQ, com cerca de 140 cenas programadas.
Christina destacou a importância do funcionamento silencioso dos equipamentos, já que o público estava muito próximo da cena. Ela elogiou a paleta de cores da tecnologia LED da Astera, a suavidade da mistura cromática e a precisão da dimerização. Efeitos como cintilação e oscilação adicionaram texturas visuais, com tons sujos e incômodos de vermelho, verde e âmbar. Os tubos foram dispostos em fileiras que ampliavam visualmente a profundidade de 30 metros do palco e permitiam movimentos sincronizados com o ritmo da trilha sonora composta por Irene Skylakaki. O espetáculo teve sessões esgotadas e forte repercussão.

Foto: Elina Giounanli – https://www.nophoto.gr
Duas semanas depois, Christina assinou o desenho de luz de Phenomenon, uma montagem contemporânea baseada no livro Sobre a Certeza, de Wittgenstein, escrita por Greg Liakopoulos. A obra reflete sobre os limites entre o real e o artificial em uma era de simulações digitais e foi apresentada no mesmo endereço da montagem anterior, desta vez no espaço D. A produção incluía cenas dentro de um carro com transmissão ao vivo para telas e projeções, exigindo uma integração cuidadosa entre luz, vídeo e atuação.
Trabalhando em parceria com a cenógrafa e figurinista Niki Psyhogiou e com o operador de câmera Yorgos Kyvernitis, Christina utilizou oito Titan Tubes sem fios, aplicando-os como luz principal dentro do carro e para preencher cenas com estética cinematográfica. Também foram usados para acentuar momentos dramáticos, como a revelação de um corpo no porta-malas. O desafio técnico era equilibrar a iluminação dos atores filmados em tempo real com o vídeo de fundo previamente gravado de uma rodovia em movimento. A afinação precisa de cor e intensidade permitiu uniformidade entre fontes LED e de tungstênio, garantindo que o resultado fosse coerente tanto para a câmera quanto para os espectadores no teatro.
Em algumas cenas, os próprios atores seguraram os tubos e os movimentaram sobre o teto do carro, simulando postes de iluminação passando durante a viagem. A leveza e a ausência de cabos dos Titan Tubes facilitaram sua incorporação à cena como elementos práticos. O sistema flicker-free e o alto índice de reprodução de cores foram cruciais para o ambiente de gravação ao vivo. O controle de luz foi realizado com um console grandMA3, com aproximadamente 80 cenas programadas.
Christina ressaltou sua admiração pela versatilidade dos Titan Tubes, que permitiram resultados completamente distintos em duas produções com propostas opostas no intervalo de apenas duas semanas. A designer continua buscando novas formas de utilizar os equipamentos da Astera de maneiras não convencionais e inesperadas.
A Astera estará presente no estande 12.F33 da IBC 2025, que será realizada de 12 a 15 de setembro no RAI Convention Center, em Amsterdã (HOL).
Site relacionado: https://astera-led.com/
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