A Blackmagic Design revelou que a câmera digital cinematográfica Blackmagic Pocket Cinema Camera 4K foi utilizada como a câmera principal do novo curta-metragem de terror “Rachel”. O filme sobre ataque de tubarões, rodado em preto e branco e com um orçamento minúsculo durante as restrições da covid, foi selecionado entre mais de 900 candidatos ao festival de cinema Festi-Short du Printemps Anglophone e está sendo transformado em longa-metragem.
Criado pelos cineastas Glenn Cutler e David Kotkin, “Rachel” conta a história de um homem em busca da sobriedade que tenta se vingar do tubarão que arruinou sua vida. O curta recorreu a efeitos práticos, predominantemente, com Cutler desempenhando dupla função como protagonista, passando a maior parte do tempo equilibrado em um pequeno bote inflável flutuando em um lago.
Kotkin, ex-professor de artes do ensino médio, inventor e agora cineasta, formou dupla com o parceiro criativo Cutler, e juntos aprenderam a usar o software de edição, gradação de cores, efeitos visuais (VFX) e software de pós-produção de som DaVinci Resolve.
“Como cineastas, uma das nossas filosofias é pegar as nossas fraquezas e transformá-las em pontos fortes. Não tivemos ajuda de profissionais qualificados na produção do filme. Embora pareça uma desvantagem desempenhar tantas funções, no nosso caso, acabou sendo uma vantagem porque nos obrigou a aprender e continuar pensando em maneiras de fazer as coisas melhor e mais rápido. A câmera Pocket é tão poderosa e acessível que podíamos praticar e depois partir para qualquer tipo de plano de imagem”, disse Cutler.
Inicialmente, os dois haviam contratado uma equipe para gravar com uma câmera alugada cara, mas acharam que as primeiras imagens da câmera não combinaram com a estética do filme. Em uma semana, Cutler e Kotkin haviam gastado grande parte do orçamento.
“Achamos que seria o fim”, disse Kotkin. “Mas depois lembrei que tinha visto uns clipes da Pocket Cinema Camera 4K na internet e achei que deveríamos experimentá-la. Resolvemos nos concentrar em filmar como um curta-metragem, e mal podíamos acreditar que a Pocket 4K era tão boa quanto a câmera mais cara. Na verdade, em determinadas situações, foi muito melhor por conta da portabilidade.”
O design compacto da Pocket Cinema Camera 4K permitiu que os cineastas trabalhassem com mobilidade, montando e desmontando rapidamente.
“Em um dia típico de filmagens, acordávamos às 4h, colocávamos todos os equipamentos no carro e preparávamos nossas primeiras cenas antes do nascer do sol. A luz era boa de manhã, durante uma hora mais ou menos, e depois por mais uma hora no fim da tarde, então, entre essas duas horas douradas, passávamos a maior parte do tempo editando, preparando adereços e trabalhando nos efeitos visuais. O DaVinci e a Pocket 4K nos permitem ser eficientes e criativos”, continuou Cutler.
Filmando em preto e branco para obter um visual mais rico e deixar as cenas na água mais sinistras, os cineastas conseguiram criar um filme dramático com personagens carismáticos, em vez de um simples curta sobre ataque de tubarões. O design leve da câmera também possibilitou algumas das cenas mais dramáticas, onde Cutler, equilibrado em um pequeno bote inflável, tenta caçar o tubarão.
“Em primeiro lugar, nosso conselho para quem está filmando na água é começar a fazer atividades físicas e investir em pés-de-pato de boa qualidade. As cenas do bote eram muito difíceis de filmar, considerando que um dos dois tripulantes tinha que atuar. Elementos como a maré, o vento e a chuva podem proporcionar um visual bonito, mas podem ser imprevisíveis. Em determinados momentos, David precisava ajustar o bote com a câmera ainda gravando, então, ter uma câmera pequena e leve foi fundamental”, disse Cutler.
Kotkin e Cutler usaram os recursos de edição, correção de cores e VFX do DaVinci Resolve na pós-produção. Filmando em Blackmagic RAW e tirando máximo proveito do alto alcance dinâmico da Pocket Cinema Camera 4K, a dupla conseguiu criar cenas de alta qualidade gastando muito menos do que imaginaram.
“O DaVinci nos permite transformar cenas boas em cenas incríveis. Sabíamos que a câmera poderia fornecer os dados que precisávamos para trabalhar no DaVinci. A página de VFX do Fusion no DaVinci Resolve foi útil principalmente quando não conseguíamos fazer alguma coisa usando efeitos práticos. E você pode pular da página Fusion para a página de cores com um só clique sem perder uma ideia criativa”, continuou Kotkin.
“Sinceramente, o grande diferencial foi o fato de que filmamos na hora certa do dia, então conseguimos luzes e sombras legais. Depois, no DaVinci, conseguimos acentuar o contraste e deixá-lo muito mais rico. Obtivemos uma gradação de cores ultraprecisa todas as vezes, e isso não acontece em outros aplicativos de edição”, disse Kotkin.
“Um plano de imagem que acertamos em cheio graças ao DaVinci foi o da atriz que interpreta Rachel num corredor montada num triciclo. Poderíamos simplesmente ter mostrado a personagem indo em direção à escuridão, mas a cena precisava ter muito mais emoção do que isso. Era preciso que a Rachel se perdesse lentamente nas sombras. Usamos o DaVinci para mascarar uma parte do corredor e, na medida em que a personagem vai entrando, gradualmente escurecemos aquela área, então parece que a Rachel desaparece no abismo”, disse Kotkin.
Atualmente, os dois cineastas estão filmando “Bull”, a versão longa-metragem de “Rachel”, utilizando as câmeras Pocket Cinema Camera 4K e o DaVinci Resolve.
“Uma das coisas que estamos considerando é usar um tubarão cabeça-chata de verdade para a batalha final. Filmamos a maior parte do longa com uma única Blackmagic Pocket Cinema 4K, mas estamos considerando usar várias câmeras Blackmagic para as cenas finais. Se der certo, será o tubarão mais realista e assustador que o cinema já viu. A capacidade de executar grandes ideias como essa é o grande diferencial dos produtos Blackmagic”, finalizou Cutler.
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