“A Hora do Desespero” foi filmado pelo cinegrafista John Brawley com a câmera digital cinematográfica Blackmagic URSA Mini Pro 12K
A Blackmagic Design anunciou que o longa-metragem “A Hora do Desespero”, dirigido por Phillip Noyce e estrelado pela indicada ao Oscar Naomi Watts, foi filmado pelo cinegrafista John Brawley com a câmera digital cinematográfica Blackmagic URSA Mini Pro 12K. O filme estreia nos cinemas e sob demanda no próximo dia 25 de fevereiro.
O filme em tempo real “A Hora do Desespero” é um suspense instigante e aterrorizante do premiado diretor Phillip Noyce. Amy Carr (Watts), mãe e recém-viúva, está fazendo o possível para que a vida de sua filha pequena e seu filho adolescente voltem ao normal na pequena cidade onde moram. Enquanto está fazendo corrida na floresta, ela vê a cidade em meio ao caos quando um tiroteio acontece na escola do filho. A quilômetros de distância e a pé na floresta densa, Amy corre desesperadamente contra o tempo para salvar seu filho. A produção foi em julho de 2020, durante o auge da pandemia de covid em uma área remota no norte de Ontário.
Fora os desafios de filmar durante a pandemia, a história apresentou desafios para a fotografia. Embora a maior parte do filme tenha apenas uma atriz, Watts, a premissa de que sua personagem está constantemente correndo por terrenos acidentados dificultou a abordagem cinematográfica. Brawley optou por filmar com a URSA Mini Pro 12K tanto pelo pequeno formato quanto pela alta resolução. “O filme teve muitos desafios porque a personagem corre ou anda rápido quase o tempo todo”, disse Brawley. “Ela começa correndo em uma estrada, depois em uma estrada de terra, depois em uma estrada de mão dupla, depois em caminhos estreitos em meio à floresta e, por último, no meio de uma floresta sem nenhum caminho para onde ir”.
Para Brawley, o mais importante para a produção era uma câmera cinematográfica pequena que pudesse ser montada de várias maneiras para que tivessem uma ampla cobertura, apesar dos desafios da filmagem. “O filme se desenrola em tempo real, então quando você começa a pensar em como filmar é muito desafiador. Tivemos que pensar no que iríamos usar para conseguir acompanhá-la quando as tomadas durassem 15 minutos e ela tivesse que correr alguns quilômetros e no que poderíamos usar e que não fizesse nenhum barulho. Isso era um pouco complicado e também ousado.”
Brawley trouxe quatro câmeras URSA Mini Pro 12K e montou uma na traseira de uma moto elétrica com uma cabeça remota estabilizada SRH3. “Do que mais gostei é que o pacote era muito pequeno e leve na moto”, acrescentou Brawley. “Quando você está tentando andar de um lado para o outro pelas árvores, é preciso ter uma cabeça estabilizadora pequena e uma câmera leve.”
A segunda câmera foi montada no modo estúdio e a terceira foi usada por duas equipes, com uma filmando o rolo B e a outra trabalhando com os dublês de Watts. A quarta câmera foi destinada para um backup. Brawley também usou uma Pocket Cinema Camera 6K Pro para várias inserções adicionais.
Para Brawley e Noyce, a resolução adicional de 12K fazia parte do plano inicial. “A resolução de 12K foi algo a mais porque sabíamos que às vezes teríamos que estabilizar um plano, mesmo com uma cabeça estabilizadora. Outro recurso bacana é que a URSA Mini Pro 12K funciona no modo 8K sem perder nenhum campo de visão. Uma vantagem é que o tempo de leitura do obturador de rolamento é reduzido pela metade. A URSA Mini Pro 12K tem uma leitura de aproximadamente 15 milissegundos, mas em 8K é a metade disso, cerca de 7 a 8 milissegundos. Para cenas de muita ação, principalmente se estivéssemos de perfil ou girando panoramicamente entre as árvores, o obturador de rolamento no modo 8K ajudou a eliminar a inclinação das verticais. Se estivéssemos guiando Naomi na parte de trás da moto elétrica, deixávamos em 12K, mas se estivéssemos de perfil ou girando panoramicamente, optávamos por 8K”, disse Brawley.
Embora Noyce e Brawley já tivessem trabalhado com câmeras da Blackmagic Design, mais recentemente filmando um piloto com a URSA Mini Pro 4.6K G2 como câmera A, Brawley ainda gravou um teste para o filme. “Gravei algumas coisas com a URSA Mini Pro 12K e com outra câmera cinematográfica. Fizemos um DCP e exibimos no cinema local em North Bay, a cidade onde trabalhamos. Eu amo fazer testes cegos. Exibimos as filmagens em um telão com os produtores e o diretor. Todo mundo gostou dos resultados da URSA Mini Pro 12K; foi o que as pessoas mais demostraram”.
Com a resolução de 12K da câmera (12.288 x 6.480 pixels), Brawley sabia que vários departamentos se preocupavam que a resolução mais alta causaria problemas inesperados. “Conversei a equipe de cabelo e maquiagem de Naomi porque quando ouviram 12K eles disseram: ‘Espere, vocês vão colocar essa câmera a 30 centímetros do rosto dela?!’ Mas o engraçado é que com esse tipo de resolução, na verdade, acontece o contrário. É quase como se a estrutura dos pixels desaparecesse e ficasse mais favorável”.
Brawley optou por lentes Zeiss Supreme para se adequar à resolução de 12K e viu resultados satisfatórios. “Quando gravei pela primeira vez com as câmeras URSA Mini Pro 12K e as lentes Supreme, eu diria que o formato era quase grande, mesmo sendo um sensor Super 35mm. Os quadros são bonitos quando há vinhetas. Acho o formato das lentes Supreme um pouco grande, então elas se adequam muito bem à URSA Mini Pro 12K”.
Além dos aspectos técnicos, Brawley sabia que a URSA Mini Pro 12K, juntamente com o Blackmagic RAW, proporcionaria a imagem necessária para o filme. “O modo como o sensor funciona é diferenciado. Estávamos filmando no outono e sabíamos que as cores da floresta teriam um grande destaque no filme. O design de produção escolheu as locações para a estética visual, mas a locação também era uma personagem. Com a URSA Mini Pro 12K, tínhamos uma câmera capaz de dar um toque de vivacidade, nuance e suavidade, pois as cores outonais daquela floresta eram deslumbrantes. Parece que vemos muito mais suavidade, principalmente durante a gradação. Quando olhamos para o rosto de Naomi, dá para ver a cor do céu refletida na testa dela”.
Escolher uma configuração de compressão para o plano também foi crucial para o gerenciamento de dados e destacou algumas diferenças do Blackmagic RAW em relação a outros codecs. “Usei as configurações de qualidade constante ‘Q’ Blackmagic RAW. Gravei a maior parte do filme em Q3 porque o Q3 em 12K tem cerca de um terabyte por hora, e o Q3 ficou fantástico. As configurações de qualidade constante são interessantes porque a taxa de bits flutua, com um suporte entre baixo e alto, e ele não é baseado em movimento, mas sim no que está em foco. Então, se algo estiver fora de foco, ele usa menos dados e, se estiver dentro do foco, usa mais dados. Foi interessante perceber e entender isso. No entanto, nunca senti como se a compressão em si fosse uma barreira”.
Por fim, a escolha de Brawley de usar a URSA Mini Pro 12K foi motivada por várias razões, todas contribuindo para um filme final melhor. “Houve muitas razões para escolher a URSA Mini Pro 12K, mas a principal foi ter percebido que poderíamos ter quatro câmeras no set pelo preço de uma. As câmeras nos deram a resolução extra que poderia ser necessária para estabilizar e redimensionar os planos. A URSA Mini Pro 12K é fisicamente menor do que outras câmeras cinematográficas, especialmente para tomadas longas na mão, que eu preferia também. E para a cabeça estabilizadora, a câmera era leve, o que facilitava um pouco mais o trabalho. Então, há muitas razões, assim como a qualidade da imagem. Phillip estava na estreia no Festival Internacional de Cinema de Toronto e disse que a estética visual do filme estava incrível. No fim das contas, essa é a melhor razão para usar qualquer câmera”.