Phedon Papamichael fala sobre uso da ARRI ALEXA LF no filme favorito ao Oscar ‘Ford V Ferrari’, dirigido por James Mangold
Muito antes de sua data de abertura, “Ford V Ferrari” já era aclamado como favorito do Oscar. Situado na década de 1960, o filme narra a batalha épica entre os fabricantes de carros icônicos, enquanto eles lutam para construir o carro mais rápido em Le Mans. Mas o filme vai além dessa batalha épica para compartilhar a história de Carroll Shelby e Ken Miles.
“A força do filme e o foco do filme são as relações entre o personagem de Matt Damon, Carroll Shelby, e o personagem de Christian Bale, Ken Miles. É um filme sobre amizade e sobre pessoas que perseguem seus sonhos e paixões. Pessoas que se arriscam a realizar seus sonhos”, explica o diretor de fotografia Phedon Papamichael, que já filmou mais de cinquenta filmes e foi indicado ao BAFTA e ao Oscar em sua carreira.
Enquanto a amizade entre Ken Miles e Carroll Shelby conduz a história, são as corridas de carros que muitos na mídia chamam de “o melhor filme de corrida de todos os tempos”. Papamichael queria criar um filme que submergisse o público na velocidade e no perigo de corrida. Para fazer isso, utilizou a câmera ARRI ALEXA LF.
“Tive experiências com a ALEXA 65, trabalhando na cinematografia digital em ‘Greatest Showman’ (‘O Rei do Show’, 2017). Eu realmente gostei desse formato, não tanto pela maior resolução, mas pelo jeito e as lentes de formato grande. Eu acho que a maneira como a ótica se traduz no sensor é muito bonita”, diz Papamichael. “Filmamos com a ALEXA LF assim que a câmera saiu e realmente a colocamos à prova. Nunca tivemos problemas e funcionou perfeitamente desde o primeiro dia”, acrescentou.
Papamichael contou com efeitos práticos na maior parte do filme, enquanto o VFX era usado para recriar multidões ou estender pistas de corridas. Para inspiração visual, olhou para o passado no filme de 1966, “Grand Prix”, estrelado por James Garner. Se a história é alguma indicação, então “Ford V Ferrari” pode ser promissor, pois o “Grand Prix” levou três Oscar por realizações técnicas. “[Grand Prix] é um cinemascópio clássico, com imagem da Kodak de 70 mm, e eu simplesmente amei o enquadramento e a simplicidade. Naquela época, eles não tinham essa tecnologia de rastrear carros com guindastes e drones extravagantes”, observou.
Para transmitir o perigo e a intensidade das corridas, Papamichael e sua equipe montaram a ALEXA LF na parte externa do carro em temperaturas de até 42,7 graus Celsius. “Montamos a LF nos chassis desses carros sem isoladores de vibração. Eles estavam correndo na pista e você está realmente experimentando todas as forças G das curvas e a luz que muda no rosto do ator. É ótimo porque o ator está atuando, mas experimentar fisicamente toda essa ‘violência’ realmente ajuda o desempenho. Então, as câmeras foram realmente submetidas a estes testes”, explicou. “Nenhuma câmera falhou e havia muita poeira e vento. Havia calor extremo e vibração extrema. Portanto, não posso dizer o suficiente sobre a confiabilidade, mas também sobre o visual”, concluiu.