Localizado em Bristol, na Inglaterra, o Wounded Buffalo Sound Studios construiu uma reputação sólida no mundo da pós-produção de áudio. Reconhecido por seu trabalho excepcional em documentários de história natural, o estúdio se tornou uma referência em um setor que exige precisão e criatividade. Os projetos do estúdio de som incluem diversas produções premiadas, como Planeta Terra III, Earthsounds, Our Great National Parks e David Attenborough: A Life on Our Planet. O gerente do estúdio, Jim Jacobs, e o veterano mixador Ben Peace compartilham suas experiências, destacando as tecnologias que alimentam suas paisagens sonoras naturais.
Trabalhar em documentários de história natural traz desafios únicos. “A maioria das filmagens é feita com lentes longas. Então, você pode filmar algo a uma distância de 400 metros, mas captar o som a essa distância é complicado”, explica Peace.
Isso significa que, quando a equipe recebe as filmagens, o áudio frequentemente é mínimo ou de baixa qualidade. Em campo, o áudio raramente é prioridade e, muitas vezes, nem está disponível, com gravações realizadas em ambientes extremos que capturam cenas raras ou inéditas.
“Conseguimos alguns sons atmosféricos, com sorte”, continua Peace. “Às vezes, deixam uma câmera remota com um microfone embutido, e, mesmo que o som seja ruim, é útil. Ele nos indica o que devemos buscar.”
Conteúdos de história natural exigem atenção ao detalhe. A equipe consulta regularmente cientistas e produtores familiarizados com as paisagens mostradas para garantir a autenticidade do som. “Cada camada é minuciosamente pesquisada”, observa Jacobs. “Um pássaro errado na hora errada pode arruinar a autenticidade.”
A pressão para manter a precisão é enorme. “Frequentemente trabalhamos com filmagens que precisam ter o som reconstruído completamente. Isso significa criar uma paisagem sonora que seja ao mesmo tempo crível e envolvente”, explica Peace.
Aventuras subaquáticas e cenários únicos
Um dos aspectos surpreendentes do trabalho com som de documentários naturais é lidar com o áudio subaquático. Dada a importância de um som subaquático claro nas cenas oceânicas, a equipe orienta as equipes de gravação sobre como captá-lo melhor – por exemplo, desligar o motor do barco para evitar ruídos que interfiram nos sons naturais.
“O som subaquático é, na verdade, bastante complicado”, explica Jacobs. “Nadar geralmente não faz muito barulho, mas, quando você vê, precisa de algum som para parecer real. Então, se você está debaixo d’água e um golfinho passa nadando, você pode segui-lo com o som.”
Com tantos anos de experiência, a equipe desenvolveu uma compreensão detalhada de como envolver os espectadores em novos cenários. Peace recorda uma experiência ao editar um programa infantil: “Tudo era do ponto de vista das crianças. Usei os alto-falantes superiores para as vozes dos pais, então, ao assistir, você sente que está no lugar das crianças, com as vozes vindo de cima.”
As instalações do Wounded Buffalo agora incluem três salas de mixagem com tecnologia Dolby Atmos e seis suítes de edição de som:
• Sala de mixagem A (Dolby Atmos): sistema Avid Pro Tools HDX com console S6 M40 e alto-falantes em toda a parede
• Sala de mixagem B: superfície de controle Avid S6 e Pro Tools
• Sala de mixagem C: dois módulos Avid S1 e Avid Dock
• Suítes de edição de som: Pro Tools com vários plugins, incluindo o iZotope RX, um poderoso pacote de redução de ruído
Adotando a superfície de controle Avid S6
O ponto de virada para o Wounded Buffalo veio com a integração da superfície de controle Avid S6, um avanço significativo. “Quando o S6 surgiu, migramos para o Avid”, explica Peace. “É muito versátil e bom para manter tudo integrado em um único lugar.”
Jacobs reforça o impacto da S6, destacando a eficiência trazida para os projetos complexos. “Tudo está em um único lugar. A integração é perfeita e disponibiliza tudo o que precisamos para uma sessão”, afirma.
Para o futuro, o Wounded Buffalo busca diversificar para além da história natural, adaptando-se às novas demandas da indústria. “Estamos vendo um aumento no trabalho teatral”, diz Jacobs. “A tecnologia usada para filmar história natural é tão incrível que as pessoas querem ver isso na tela grande. Agora estamos cotando cada vez mais para o áudio teatral.”
Formatos de áudio imersivo como o Dolby Atmos também ganharam espaço à medida que a indústria se transforma. Com filmes de história natural se prestando bem a grandes salas de cinema, a Wounded Buffalo está preparada para pensar o áudio em larga escala para cada projeto.
A trajetória de Jacobs até o Wounded Buffalo foi qualquer coisa menos direta. Sua carreira passou pela expansão de departamentos de áudio, design de estúdios, composição para TV e até restauração de pianos, até que a pandemia o trouxe de volta à pós-produção em Bristol. “Comecei como assistente de produção, fui crescendo até me tornar gerente de pós em Londres e depois me especializei em áudio”, relembra Jacobs.
A história de Peace é igualmente interessante. Desde que entrou para o Wounded Buffalo em 1997, ele viu o estúdio evoluir do uso de arquivos de áudio primitivos para as sofisticadas ferramentas digitais de hoje. “Comecei mexendo com DJ em raves nos anos 90”, diz.
Olhando para o futuro, a equipe do Wounded Buffalo se mostra entusiasmada com as possibilidades. “Estamos em constante evolução”, diz Jacobs. As soluções da Avid permitem que a equipe mantenha sua criatividade e precisão, garantindo que seu trabalho continue a cativar e envolver audiências ao redor do mundo.
Site relacionado: https://www.avid.com/
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