A EVS, especialista em tecnologia para produções de vídeo ao vivo, e a Universidade de Liège (ULiège), na Bélgica, anunciaram a criação da cátedra acadêmica “Visão Computacional e Análise de Dados para Compreensão do Esporte”, que será liderada pelo professor Anthony Cioppa, engenheiro civil especializado em visão computacional e análise de dados aplicadas ao esporte.
Com apoio da EVS, a iniciativa representa um avanço importante na colaboração entre a pesquisa acadêmica e a indústria na área de inteligência artificial (IA) voltada para o universo esportivo. O objetivo é desenvolver soluções de ponta para a compreensão automática de imagens e vídeos esportivos. Professor do Instituto Montefiore da Faculdade de Ciências Aplicadas da ULiège, Cioppa será responsável pela coordenação científica da cátedra.
“O objetivo é alcançar uma compreensão semântica completa do jogo, em tempo real, como se a inteligência artificial pudesse ‘assistir e entender’ uma partida da mesma forma que um especialista humano”, explica o professor.
A EVS, que há quase uma década integra técnicas de IA às suas soluções, é mundialmente reconhecida pela qualidade das imagens transmitidas em grandes eventos esportivos. Entre suas inovações destacam-se o Xeebra, sistema de revisão com múltiplas câmeras que usa IA para posicionamento da linha de impedimento, e o XtraMotion, solução que utiliza IA generativa para criar replays em super slow motion a partir de câmeras convencionais, eliminando borrões de movimento e adicionando efeitos cinematográficos como profundidade de campo reduzida.
“Estamos reforçando nossa colaboração com a Universidade de Liège para antecipar os futuros usos da inteligência artificial no esporte. A inovação é um pilar estratégico do crescimento da EVS, e essa cátedra permitirá aprofundar a pesquisa nesse campo e manter nossa posição de vanguarda”, afirma Serge Van Herck, CEO da EVS.
Segundo Anne-Sophie Nyssen, reitora da ULiège, a parceria também fortalece o papel da universidade como referência internacional em ensino e pesquisa nessa área emergente. “Essa colaboração estrutura um campo de inovação em rápida expansão que ainda está em desenvolvimento científico. A cátedra será um polo claramente identificado, capaz de atrair doutorandos, pesquisadores de pós-doutorado e colaborações de alto nível. Agradeço à EVS pela confiança”, declarou.
Diante do crescimento exponencial do conteúdo em vídeo no setor esportivo, a análise automática torna-se essencial. A cátedra vai explorar cinco frentes de pesquisa: percepção de dados de alta complexidade (como vídeos que envolvem espaço, tempo e cor), compreensão de vídeos de longa duração (como uma partida de futebol de 90 minutos), redes neurais com memória temporal eficiente, uso combinado de diferentes fontes de dados (vídeo, áudio e sensores), e aplicação de IA generativa para recriação de informações ausentes, como novas perspectivas para experiências imersivas com realidade virtual.
Anthony Cioppa também é cofundador do SoccerNet, o maior conjunto de dados de código aberto para análise de vídeo esportivo. Criado em 2018, o projeto se tornou uma referência mundial e atrai equipes de pesquisa de instituições acadêmicas e da indústria para os desafios anuais do SoccerNet.
“A parceria com um líder global em produção de vídeo ao vivo como a EVS é uma oportunidade excepcional para nossos pesquisadores, alunos e para todo o ecossistema tecnológico de Liège”, avalia Éric Delhez, diretor da Faculdade de Ciências Aplicadas da ULiège.
A ascensão da inteligência artificial promete transformar profundamente a forma como o esporte é captado, analisado, arbitrado e vivenciado. A visão computacional já permite reconhecer movimentos de jogadores sem necessidade de sensores, estimar posição e profundidade da bola apenas com vídeo, gerar estatísticas e resumos em linguagem natural e até responder a dúvidas sobre decisões polêmicas da arbitragem.
“O relacionamento da EVS com a Universidade de Liège já tem vários anos. Essa cátedra é uma evolução natural dessa parceria e vai ajudar nosso time de inovação a acelerar o uso da IA”, conclui Olivier Barnich, diretor de Inovação e Arquitetura da EVS.
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