Câmeras Blackmagic, switchers e conversores ATEM e DaVinci Resolve Studio na pós-produção ajudaram a criar um webcast único dentro de um filme de terror
A Blackmagic Design anunciou que “The Cleansing Hour”, estrelado por Ryan Guzman, Kyle Gallner e Alix Angelis, utilizou câmeras Blackmagic, switchers e conversores ATEM na produção e o DaVinci Resolve Studio na pós-produção para criar um webcast único dentro de um filme de terror.
Os jovens empresários Drew e Max veiculam um famoso webcast que transmite exorcismos ao vivo. Mas a verdade é que eles não passam de uma farsa encenada. Até o dia em que os dois têm o castigo merecido quando a atriz do dia é misteriosamente possuída por um demônio de verdade que mantém toda a equipe como refém. O filme estreou no canal de streaming Shudder em 8 de outubro.
A ideia surgiu com a experiência do diretor Damien LeVeck em reality shows. “Eu percebi que quando as pessoas assistem a um vídeo de qualidade mais baixa na internet, elas acreditam que ele é verdadeiro. E na época em que observei isso, as pessoas publicavam coisas polêmicas no Facebook só para chamar a atenção. Então, eu pensei: ‘O que aconteceria se alguém que enganasse o público com exorcismos de mentira fosse surpreendido por um de verdade?’”
Como o principal elemento do filme era um webcast, LeVeck utilizou os equipamentos da Blackmagic Design para criar a complexa transmissão de vídeo que conduz a história. Como os personagens tinham dificuldade para reproduzir os elementos demoníacos reais do webcast, as telas das câmeras mostravam a ação em tempo real. LeVeck utilizou Blackmagic Micro Studio Cameras para capturar as imagens de alta qualidade da trama, pois sabia que os cortes de câmera se encaixariam bem com a fotografia da unidade principal.
“O maior desafio foi produzir um filme sobre dois rapazes fazendo um webcast em uma sala que fosse interessante. A cobertura foi um desafio constante, pois havia câmeras apontando para todos os lados”, disse LeVeck.
Com câmeras ativas nos monitores de alimentação do set, a câmera principal tinha que ficar fora do plano e ao mesmo tempo cobrir a ação. LeVeck escolheu a Blackmagic Micro Studio Camera por causa do fator de forma pequeno e das lentes intercambiáveis. “As Micro Studio Cameras se saíram muito bem em condições de pouca luz e gostamos muito disso. Criativamente, optamos por um set escuro, e a Micro Studio Camera gerou uma imagem muito bonita mesmo com pouca luz.”
As câmeras eram alimentadas a um switcher ATEM Television Studio Pro HD, que por sua vez alimentava os monitores no set. “Gostamos muito de conseguir controlar as Micro Studio Cameras a partir do ATEM e de criar o cenário com um estúdio funcionando dentro do set por um custo relativamente baixo”. Outros equipamentos, como dois monitores SmartView 4K para multivisualização a partir do switcher e dois conversores de padrões Teranex AV para converter outras câmeras analógicas do switcher, formaram o set de produção ativo no qual a ação acontece. Além do mais, diversos Micro Converters foram usados para modificar os sinais entrando e saindo dos monitores.
Com a configuração de vídeo no set operada pelos equipamentos da Blackmagic, o desafio de LeVeck foi produzir o filme com um orçamento limitado e um cronograma apertado. “Enfrentamos muito desafios durante as gravações deste filme”, acrescentou LeVeck. “O maior foi o cronograma. Tivemos que ser muito rápidos. Não tínhamos muito tempo a perder porque todos os dias tínhamos uma combinação de efeitos de maquiagem, efeitos especiais, acrobacias e pirotecnias que levava muito tempo para preparar. Era um desafio de logística filmar tudo a tempo e de forma criativa.”
Como a história era sobre os personagens trabalhando em uma instalação broadcast real, LeVeck queria que o cenário fosse verídico. “Como todas as câmeras e os equipamentos da Blackmagic no set estavam funcionando, Kyle Gallner (Drew) pôde interagir diretamente com o ATEM para trocar de câmeras e reproduzir os gráficos”. Um set tangível e funcionando foi importante para Gallner criar uma atuação mais autêntica e natural. Após concluir a fotografia principal, LeVeck e sua equipe finalizaram o filme no DaVinci Resolve Studio. “Foi uma experiência incrível. O Resolve é um software fenomenal para criar o visual do filme finalizado com rapidez e eficiência.”
Para ser ainda mais eficiente, a equipe utilizou as ferramentas de colaboração do Resolve. “Primeiramente, o processo de conformação foi perfeito. Instalamos o Resolve no meu escritório e, com um fluxo de trabalho compartilhado, um editor conformava um rolo enquanto um outro editor conformava um rolo diferente. Eles puderam trabalhar no mesmo projeto ao mesmo tempo.”
Depois de concluir a conformidade internamente, levamos o projeto do DaVinci Resolve Studio até o Banana Post em Burbank, onde o colorista Chad Mumford criou o visual final em três semanas, também no DaVinci Resolve Studio. O cinegrafista Jean-Philippe Bernier trouxe vários fotogramas de outros projetos com visuais que ele queria emular para várias partes do filme. Mumford importou os fotogramas e usou como camadas sobre a gradação. “Uma cena de SE7EN de David Fincher que tinha uma modulação de sombras muito rápida e pretos levemente verdes inspirou Bernier”, disse Mumford. “Para um colorista, nada é melhor que incluir esses fotogramas no projeto e compará-los diretamente com a sua gradação.”
Mumford aplicou uma técnica favorita à fotografia sombria e tenebrosa de “The Cleansing Hour”. “Eu emulo o filme quando faço a gradação. Um dos plug-ins que conseguimos incorporar à gradação foi o FilmConvertPro. Fizemos uma seleção de luminância dos pretos profundos, usamos o FilmConvert para adicionar granulação e depois invertemos a seleção. Isso fica bem evidente na cena em que Max (o Sacerdote) está sendo queimado pelas luzes do palco. Nos divertimos muito testando a granulação. E as ferramentas de seleção de chaveamento e HSL do Resolve possibilitaram criar um visual sutil e único para o filme.”
Com mais de 400 cenas com efeitos visuais no filme, Mumford e LeVeck tiveram que usar todas as ferramentas que tinham para encarar vários desafios ao longo do processo de finalização para criar uma atmosfera de ainda mais medo no filme. “Olhando para trás, o único desafio criativo que se destaca é a gradação do monstro que se revela no final do filme”, disse Mumford. “Todas as ‘veias’ da criatura foram modificadas na página Cor para parecer um pouco com lava derramando. Possivelmente, um desses planos tem a maior quantidade de nós que já usei até hoje. O resultado ficou muito bonito”, acrescentou.
No fim, o processo foi complexo, mas valeu bem a pena. “O filme foi um desafio técnico e tanto só por causa de toda a reprodução no set e de todas as telas que tinham que ter conteúdos diferentes, específicos para aquele momento do filme”, disse LeVeck. “Além disso, tivemos muitos efeitos visuais e de maquiagem. O cronograma era o maior dos desafios, conseguir fazer tudo aquilo. Mas apesar de todos os desafios, nunca me diverti tanto antes e mal posso esperar para fazer algo assim novamente.”