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Fórum SBTVD destaca os desafios e inovações na implementação do DTV+ no Brasil

Fórum SBTVD apresenta inovações e soluções para a nova tv digital aberta e gratuita no país

Por Ricardo Batalha

O DTV+, parte da nova geração da TV digital aberta e gratuita, é o maior avanço tecnológico da radiodifusão no Brasil. Com as primeiras estações experimentais previstas para 2025, o Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD) realizou ajustes importantes, como a recente recomendação tecnológica para a camada física do padrão técnico, a mesma do ATSC 3.0, que marca a terceira fase deste projeto. Após uma série de testes laboratoriais e de campo, o DTV+ avança para transformar a forma como os brasileiros consomem televisão. No entanto, a sua implementação apresenta desafios técnicos significativos.

De acordo com o coordenador do Módulo de Mercado do Fórum SBTVD, Sergio Santoro, a transição para o DTV+ trará desafios semelhantes aos da migração do sistema analógico para o digital. “Um dos maiores desafios será a operação simultânea do novo sistema e do atual, em uma estratégia de simulcast, até que haja receptores suficientes no mercado, já que o DTV+ não será retrocompatível com a TV 2.5. Essa necessidade demanda grande investimento e planejamento das emissoras, que precisarão adaptar seus parques de produção e fluxos de sinais”, afirma.

Outro ponto destacado por Santoro é o desenvolvimento da regulamentação para o DTV+, que está sendo construído em conjunto com o novo padrão, a fim de minimizar os impactos da transição e garantir uma implementação mais fluida.

Benefícios do DTV+
O novo padrão permitirá que os telespectadores acessem conteúdos das emissoras em suas plataformas via transmissão pelo ar, ou Over-the-Air (OTA) e Over-the-Top (OTT) . A OTA transmite sinais de TV diretamente das torres de transmissão para as antenas dos receptores, sem necessidade de cabo ou satélite. Já o OTT distribui vídeos e outros conteúdos pela internet. Isso oferecerá às emissoras uma melhor competitividade em relação às plataformas digitais.

Santoro destaca que a interface de acesso aos canais será efetuada através de ícones das emissoras para a navegação no receptor, com suporte para transmissão em 4K e 8K, HDR, som imersivo, e melhorias na acessibilidade, como legendas, audiodescrição e avatares em Libras (Linguagem Brasileira de Sinais). O sistema também contará com um aviso de emergência mais granularizado, capaz de identificar áreas afetadas por problemas com mais precisão, entre outras funcionalidades.

Camada física
A recomendação do Fórum SBTVD é pela adoção da camada física do ATSC 3.0, uma das tecnologias daquele padrão, que conclui o trabalho efetuado pelo Fórum SBTVD na escolha de tecnologias que irão compor o sistema brasileiro, o DTV+. O padrão ATSC 3.0 é o adotado nos Estado Unidos e na Coréia do Sul, onde já existe operação comercial da tv digital de segunda geração. No caso brasileiro há a adição das ferramentas de eficiência espectral e energética como o MIMO e o LDM, e o recurso de identificação do transmissor pelo ar (TxID OTA) para a segmentação geográfica de conteúdos e alertas de emergência. “Isto significa dizer que o padrão adotado pelo Brasil não é o mesmo dos EUA”, pontua o coordenador do Módulo de Mercado do Fórum SBTVD.

O MIMO é uma tecnologia de antena que permitirá, junto com o LDM, transmitir uma maior quantidade de informação pelo ar, ou seja, imagens com maior resolução. Já o TX iD permitirá às emissoras a segmentação geográfica do seu conteúdo, de forma a atender melhor os perfis de população de determinadas regiões de uma cidade.

“Com a transição para o DTV+, estamos diante de uma oportunidade para modernizar a radiodifusão no Brasil, melhorando a qualidade e a acessibilidade para os telespectadores. Isso não só transformará a experiência do usuário com mais opções de conteúdo e interatividade, mas também garantirá que determinados grupos sociais, como pessoas com deficiência, tenham uma visualização mais inclusiva, democratizando o acesso à informação e promovendo um ambiente mais equitativo na TV digital. No curto prazo, veremos uma melhoria na qualidade dos sinais, enquanto, a longo prazo, as emissoras poderão oferecer produtos e publicidade mais adequados ao perfil do seu público, uma vez que esses perfis poderão ser definidos pelas emissoras de uma forma mais assertiva e imediata”, finaliza Santoro.

SOBRE O FÓRUM SBTVD
O Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (Fórum SBTVD) é uma entidade sem fins lucrativos que contribui para o desenvolvimento da TV digital no Brasil, proporcionando maior qualidade de sinal, mobilidade e interatividade na vida dos brasileiros. É composto por integrantes das emissoras de TV, fabricantes de equipamentos de recepção e transmissão, indústria de software e entidades de ensino e pesquisa, bem como representantes do Governo Federal. O Fórum SBTVD promove e coordena a cooperação técnica entre seus associados e apoia a divulgação do Sistema Brasileiro de TV Digital no Brasil e exterior.

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