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Fórum SBTVD: empresas e academia analisam TV 3.0

TV 3.0 está em construção abrindo caminhos para um sistema de televisão digital terrestre avançado de próxima geração

Por Ricardo Batalha

Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital organizou um webinar para debater os avanços do novo padrão de TV no Brasil, a TV 3.0, que está em construção, abrindo caminhos para um sistema de televisão digital terrestre avançado de próxima geração. O webinar “Melhorando a Qualidade de Experiencia (QoE) e oportunidades de monetização com a TV 3.0”, foi moderada por Luiz Fausto (Globo/Fórum SBTVD) e contou com a presença de Ariel Henrique, Consultor de Áudio do Fraunhofer IIS no Brasil; Carlos Cosme, Coordenador do GT-AV do Fórum SBTVD; Cristiano Akamine, Universidade Presbiteriana Mackenzi; Marcelo Moreno, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e Marcio Pena, Gerente Técnico Latam da Ateme, e foi moderado por Luiz Fausto (Globo/Fórum) que fez uma extensa introdução explicando os passos do projeto.

Marcio Pena disse que os benefícios para os broadcasters serão grandes e que para o telespectador será uma grande oportunidade, já que poderá trazer ferramentas avançadas para o consumo de conteúdo com customização do consumo linear “recebendo conteúdos adequados a seu perfil. O novo codec ajudará a ter conteúdos ao vivo em 4K e 8K, com High Dinamic Range (HDR) permitindo a personalização do conteúdo”.

Carlos Cosme analisou as vantagens da TV 3.0 e explicou a camada de HDR como “sinônimo de uma experiência mais rica” porque a “curva de transparência PQ com um aumento do Gamut, o que vai permitir ter pixels maiores e melhoras na TV 3.0.

Ele disse que a Curva PQ terá uma representação com suporte HDR10 (SMPTE ST 2086) para assim aprimorar a recepção com a possibilidade de ter “metadados dinâmicos” que serão opcionais com opções para distribuições OTA (Over-the-Ar) e OTT (Over-the-Top). Assim, o enriquecimento da imagem é fundamental no que será o novo padrão. “Teremos o DRE (Dynamic Resolution Encoding) no qual o canal OTA será um canal CBR (Constant Bitrate) que utilizará a cada momento a melhor resolução para essa cena com “uma resolução contaste em apenas uma qualidade e não em todas as qualidades que o DRE. No novo padrão o DRE aprenderá e assim encontrará a melhor forma de exibição.

Por outro lado, Cosme falou do LCEVC, um codec de vídeo que funciona gerando Downscaler que poderá gerar camadas de enriquecimento de vídeo (H.266 – VVC). Ainda, disse ele, será possível, “enviar camadas de enriquecimento temporal que aumente o Frame Rate da imagem”.

Ricardo Zollner falou de MPEG-H Audio e disse que “os metadados MPEG-H serão fundamentais na TV 3.0”, e com eles será possível, por exemplo, “personalizar a experiência, selecionando diferente idiomas, comentarias e narradores, ou até a atmosfera do estádio”. Ele disse que as “opções avançadas de acessibilidade para Dialog+ e Áudio Descrição ofereceram uma experiência aprimorada para o público com deficiência visual ou auditiva”.

O Dialog+, explicou o executivo do Instituto Fraunhofer IIS no Brasil, funciona “com proeminência da voz, o que permite entender melhor o áudio”, o que [e possível porque “o áudio deve ser pensado em objetos, e assim o usuário vai poder ajustar o nível da fala com relação a música, ao ambiente, ou até mesmo ele poderá reposicionar parcialmente na sala a audiodescrição do áudio na sala”.

Finalmente ele falou de som imersivo, e disse que agora o “áudio esta vindo de cima, (Som 3D), onde o MPEG-H traz aos espectadores uma nova forma de experimentar o som, muito mais realista e natural com as sensações vivenciadas no local, possa ser sentidas em casa, com reprodução binaural”. Ainda, foi referido o programa de Licenciamento Via Licensing “um programa de licenciamento transparente”.

A inserção de anúncios, disse Zollner, “usando um mecanismo de truncamento, o MPEG-H Audio garante que o áudio e o vídeo estejam alinhados nos limites do segmento”.

Pela sua parte, o professor Marcelo Moreno falou da camada de codificação na nova TV 3.0 e disse que será fundamental para que o projeto seja bem sucedido e permita ao telespectador usufruir das novas tecnologias aplicadas. “Nos faremos uma extensão do DTV Play pensando em Ginga-NCL, Ginga-HTML5 e a interface do Ginga-CC”.

Moreno disse ainda que a meta do projeto é que a “experiência comece em um aplicativo, com uma televisão imersiva, transcendo interfaces personalizáveis que permitam manipular os objetos indo além do aparelho com integração com os objetos da casa”.

Finalmente, o professor Cristiano Akamine da Universidade Presbiteriana Mackenzi afirmou que o reuso de frequência é importante porque é “um dos recursos mais complexos da camada física”, e fará possível a regionalização sem impedimentos tecnológicos. “O que precisamos hoje é definir um receptor. O Reuso de freqüência é importante para o planejamento de canalização e ainda vai permitir a inserção de publicidade direcionada pelo ar”.

Fonte: Fernando Moura | SET

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