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Gaia-X visa quebrar a hegemonia da Amazon, Microsoft e Google na nuvem

Por Ricardo Batalha

Projeto de infraestrutura europeu foi criado com o objetivo de “promover a soberania de dados” e evitar a dependência tecnológica dos gigantes dos EUA na nuvem

A Europa pretende enfrentar a predominância dos gigantes americanos Amazon, Microsoft e Google na prestação de serviços em nuvem com o lançamento do projeto Gaia-X. A iniciativa é promovida pelos governos da Alemanha e da França e conta com o apoio de cerca de vinte empresas e organizações européias (líderes digitais, industriais, acadêmicos e de associações), incluindo duas empresas espanholas: Amadeus e Gigas. Além disso, participam empresas de tecnologia como Atos, Dassault Systemes, Orange, Siemens, SAP, Robert Bosch, Scaleway e Deutsche Telekom.

O Gaia-X nasceu com o compromisso conjunto de promover um processo europeu transparente, aberto e amplamente envolvido. Sua atividade é baseada no trabalho já realizado pela França e Alemanha e apoiado por mais de 300 empresas. Com a criação, o projeto entra em uma nova etapa de desenvolvimento e se torna um marco importante no objetivo da União Europeia de consolidar sua liderança na economia mundial de dados.

A construção de ecossistemas digitais requer a criação de confiança e interoperabilidade entre todos os usuários e provedores de nuvem. O Gaia-X enfrentará esse desafio com um conjunto comum de políticas, uma “arquitetura de padrões” e um portfólio de “serviços de federação” que reúnem os provedores de nuvem existentes e seus serviços, onde dados e aplicativos podem ser gerenciados garantindo controle total. Também permitirá que organizações de todos os tamanhos e setores se beneficiem das ofertas de hiperescala na Europa, respeitando um conjunto de políticas essenciais.

Graças a essa iniciativa, as administrações e empresas terão em 2021 uma alternativa a serviços tão difundidos em todo o mundo como Amazon Web Services, Microsoft Azure e Google Cloud. Sem dúvida, as recentes tensões geopolíticas causadas pelo COVID-19 entre os Estados Unidos e a China demonstraram mais do que nunca que os usuários exigem transparência, proteção de dados, reversibilidade e segurança em nível europeu, ao mesmo tempo em que ganham resistência na infraestrutura geral.

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