Evento da 42ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo acontece de 24 a 26 de outubro com especialistas, diretores, realizadores e players do Brasil e do exterior
A 42ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo abre espaço para o público– realizadores, diretores, produtores, roteiristas, gestores culturais, estudantes e amantes do cinema – discutir a linguagem, a economia do cinema e as políticas culturais. De 24 a 26 de outubro, acontece o II Fórum Mostra, no Itaú Cultural (Av. Paulista, 149). O evento é grátis e aberto a todos os interessados em temas sobre a criatividade, a economia do cinema e as políticas públicas que envolvem o setor. As senhas precisam ser retiradas na bilheteria uma hora antes de cada sessão.
O II Fórum Mostra integra a programação do Mercado de Ideias Audiovisuais, uma realização da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, a Spcine e o Cinema do Brasil – SIAESP.
O II Fórum Mostra dá continuidade ao projeto iniciado em 2017, quando o cinema foi analisado a partir do ponto de vista mercadológico e artístico. Nesta edição, ao longo de três dias de debates, em oito mesas e um workshop, o Fórum proporciona muitas trocas de experiências e ideias. Players do Brasil e do exterior, representativos de todas as etapas envolvidas na concretização de um filme – desenvolvimento do projeto, produção, comercialização e exibição – participam do evento
Confira a programação do II Fórum Mostra
24, 25 e 26 de outubro de 2018;
das 10h às 18h30
Itaú Cultural (Av. Paulista, 149)
Entrada gratuita (retirada de ingresso 1h antes)
- Dia 1- Quarta-feira, dia 24 – tema “De onde vem a inspiração”
Dedicado à criação, este debate estabelece um diálogo com a instalação Chalkroom, de Laurie Anderson e Hsin-Chein Huang, e procura explorar os novos caminhos para contar histórias e emocionar o espectador. As conversas procuram respostas para a pergunta-base de todo trabalho criativo: como nascem as ideias e que caminho elas percorrem até se tornarem uma obra?
MESA 1 (10h-12h) Fim das fronteiras: mescla entre linguagens e formatos
Na criação atual, todas as tradições, formatos e plataformas se tocam e se misturam. A animação pode ser colocada a serviço do real e a tecnologia propicia experiências para além da tela. No debate de abertura, o Fórum mergulha na permanente evolução da linguagem do cinema.
Murilo Hauser. Roteirista, diretor e curador, fez curtas-metragens premiados, trabalhou por mais de dez anos na Sutil Companhia e foi diretor artístico de três exposições no Bergmancenter, na Suécia. Dirigiu, em realidade virtual, A Casa de Bergman (42ª Mostra).
Nicolas Champeaux. Como jornalista da Radio France Internacional, produziu vários documentários radiofônicos. Em O Estado contra Mandela e os outros (42ª Mostra), seu primeiro longa-metragem, lança mão de velhos arquivos de áudio e animações.
Otto Guerra. É um dos pioneiros na produção de filmes animados autorais no Brasil. Entre suas obras, todas na contramão dos clássicos, estão Rocky e Hudson: Os Caubóis gays (1994) e Wood e Stock: sexo, orégano e rock’n’roll (2006). Exibe na 42ª Mostra A Cidade dos Piratas.
Priscila Guedes. Formada em Artes Visuais e Cinema, Priscila participou de projetos de inovação nos festivais de Rotterdam, Berlim e Cannes e fez a fotografia de alguns filmes europeus. Fundou, no Brasil, a Anableps XR, dedicada às narrativas em realidade estendida.
Mediação: Ana Letícia Fialho, gerente-executiva do Cinema do Brasil
MESA 2 (14h -16h) Do texto ao filme: as relações entre cinema e literatura
Por mais que a tecnologia revolucione a forma, o conteúdo de uma obra depende da capacidade que o criador tem de emocionar o público. No ano em que exibe Em chamas, baseado num livro de Haruki Murakami, a Mostra explora as múltiplas relações entre a palavra escrita e o cinema.
Jorge Furtado. Diretor e roteirista de obras premiadas, como os longas O Homem que Copiava (2003), Meu tio matou um cara (2005) e a série Doce de mãe (2014). Apresenta, na 42ª Mostra, Rasga coração, originado da peça de Oduvaldo Vianna Filho.
Marie-José Sanselme. Formada em literatura francesa pela Sorbonne, é, há 18 anos, coautora dos filmes de Amos Gitai – presente na 42ª Mostra com Uma Carta para um Amigo em Gaza e Um Trem em Jerusalém. Adaptou, para o cinema, O Homem sem Qualidades, de Robert Musil.
Roberto Gervitz. Os três longas de ficção escritos e dirigidos por Gervitz partem de livros: Feliz ano velho (42ª Mostra) baseia-se no livro de Marcelo Rubens Paiva; Jogo Subterrâneo (2005), em Julio Cortázar; e Prova de Coragem (2015), em Daniel Galera.
Sérgio Tréfaut. Formado em filosofia, é diretor, roteirista e produtor português. Seus filmes foram exibidos em mais de 50 países e receberam diversos prêmios. Raiva (42ª Mostra), rodado no Alentejo, é baseado no livro Seara de vento (1958), de Manuel da Fonseca.
Mediação: Paulo Werneck, editor da revista Quatro Cinco Um
MESA 3 (16h30-18h30) Dráuzio Varella: da vida à palavra; da palavra à imagem
A relação entre a escrita de Dráuzio e o audiovisual alimenta, há 20 anos, o imaginário nacional. Estação Carandiru desdobrou-se em longa-metragem e série; Carcereiros originou uma série e virará filme. Esta mesa, que reúne figuras-chave dos processos de adaptação das obras, faz a genealogia desse profícuo encontro criativo.
Caio Gullane. Fundou, em 1996, a Gullane Entretenimento, uma das principais produtoras audiovisuais do país. Produziu o longa-metragem Carandiru e a série Carcereiros.
Dráuzio Varella. Cancerologista formado pela USP, é referência em doenças infecciosas. Foi a pesquisa sobre o HIV que o levou ao Carandiru; e foi ali no Carandiru que o médico virou escritor.
Edson Pimentel. Iniciou a carreira na TV Globo em 1979 e, desde 2013, é diretor executivo da Globo Filmes, parceira de primeira hora das obras originadas dos livros de Dráuzio.
Fernando Bonassi. Roteirista, dramaturgo e escritor, foi um dos responsáveis pela adaptação de Estação Carandiru e Carcereiros para o cinema e para a televisão.
José Eduardo Belmonte. Cineasta, dirigiu cinco curtas e nove longas-metragens, além de series de televisão – dentre elas, Carcereiros.
Mediação: Ana Paula Sousa, coordenadora do II Fórum Mostra
- Dia 2- Quinta-feira, dia 25 de outubro- tema: “Como fazer um filme existir”
Profissionais compartilham suas experiências no financiamento, na coprodução e na distribuição de filmes brasileiros, em especial, e do cinema de arte, em geral.
MESA 4 (10h-12h) FSA: como deve se dar o financiamento público ao cinema?
O cinema é, desde sempre, resultado econômico e também invenção e experimento de linguagem. No entanto, apesar de aparentemente superada, a velha dicotomia entre “arte e indústria” parece ter voltado à pauta com as novas regras do Fundo Setorial do Audiovisual.
Christian de Castro. Empreendedor, produtor audiovisual, consultor e executivo do mercado de economia criativa, começou a carreira no mercado financeiro. É, desde janeiro de 2018, diretor-presidente da Ancine.
Denise Gomes. Sócia e gestora de entretenimento da Bossa Nova Films, produziu, entre outros, os filmes Ausência (2014) Violeta foi pro céu (2011) além de minisséries e documentários para canais como HBO, Fox, Discovery, Globo e GNT.
Jean Thomas Bernardini. Francês radicado no Brasil, abriu, em 1989, a distribuidora Imovision, dedicada ao cinema de arte internacional e ao cinema autoral brasileiro. É também dono do Reserva Cultural.
Max Eluard. Desde 2010, produziu sete longas e mais de 15 curtas exibidos e premiados em festivais como Cannes, Rotterdam, Marseille, Brasília e Mostra. Coordenou os Programas DOCTV e a Linha de Produção para TVs Públicas do FSA.
Mediação: Ana Paula Sousa, coordenadora do II Fórum Mostra
MESA 5 (14h-16h) Coproduções: o caminho para o cinema de arte
As coproduções, tanto internacionais quanto regionais, são, hoje, essenciais para a viabilização dos cinemas nacionais no mundo. Esta mesa, diretamente conectada aos Encontros de Negócios da 42ª Mostra, coloca brasileiros e estrangeiros para conversar sobre esse modelo.
Catherine Dussart. A produtora francesa, criadora da CPD Productions, tem, desde 1994, produzido e coproduzido filmes de dezenas de diretores relevantes, como Rithy Panh, Peter Greenaway, Shôhei Imamura, Min Bahadur Bham e Amos Gitai. Apresenta, na 42ª Mostra, Um Trem em Jerusalém.
Delphine Tomson. Fotógrafa formada pela École Supérieure des Arts de Saint-Luc, em Liège, trabalha há quase 20 anos na produtora Les Films du Fleuve, dos realizadores belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne. Desde 2008, é produtora-executiva da empresa.
Marcin Łuczaj. Formado em Cinema e em Estudos Culturais, foi programador e curador de diversos festivais. Hoje, é responsável pelas aquisições da New Europe Film Sales, empresa baseada na Polônia e com atuação internacional.
Tatiana Leite. Curadora e produtora, criou, em 2012, a Bubbles Project, empresa sediada no Rio que tem realizado várias coproduções internacionais, como Pendular (2017), Benzinho (2018) e Família Submersa, coprodução com Argentina e Alemanha que passa na 42ª Mostra.
Mediação: Ana Letícia Fialho, gerente-executiva do Cinema do Brasil
MESA 6 (16h30-18h30) Janelas abertas: a batalha dos lançamentos na era do VoD
A tecnologia tem obrigado as mais variadas indústrias a repensar seus modelos de negócio e sua função. No caso do cinema, um dos grandes desafios do momento é a convivência com o streaming, plataforma disruptiva que é, a um só tempo, estimulante e ameaçadora.
Adhemar Oliveira. Diretor do Espaço Itaú de Cinema, começou a carreira nos anos 1980 como programador de cineclubes e, no início dos anos 2000, criou o conceito das salas arteplex, que mesclam filmes autorais e blockbusters.
Luiz Bannitz. Diretor de conteúdo e de negócios do Looke, plataforma brasileira de streaming. Advogado, economista e administrador de empresas, trabalhou em empresas como HBO Brasil, GEO Eventos e EMI Music.
Mauricio Andrade Ramos. Economista, trabalha com audiovisual há 20 anos. Como diretor-geral da VideoFilmes, produziu Central do Brasil (1998) e Cidade de Deus (2002). Em 2015, tornou-se diretor da Spcine e, desde 2017, é diretor-presidente da empresa.
Rodrigo Saturnino. Diretor geral da Sony Pictures no Brasil. Entre 1991 e 2010, foi diretor geral da Columbia TriStar Buena Vista; antes, trabalhou na Embrafilme. Na Columbia, coproduziu e distribuiu sucesso nacionais como Tieta do Agreste (1996) e Dois filhos de Francisco (2005).
Mediação: Guilherme Genestreti, repórter da Folha de S. Paulo
- Dia 3- Sexta-feira, 26 de outubro- “Que futuro tem a cultura?”
No último dia de debates, o Fórum amplia seu foco para o terreno no qual o audiovisual tem papel preponderante e coloca em pauta as disputas em torno da regulação do streaming e o futuro das políticas culturais.
Workshop (10h-12h) Primeiros passos: como vender você e seu projeto
Neste workshop, jovens cineastas, estudantes e todos os interessados em conhecer melhor o funcionamento do mercado audiovisual podem conversar de forma aberta com importantes profissionais que representam os três elos da cadeia: a produção, a distribuição e a exibição.
Bárbara Sturm. Diretora de conteúdo da Elo Company, é responsável por aquisições e análise de projetos.
Henry Galsky. Coordenador de projetos e conteúdo do Canal Brasil, cuida da equipe dedicada a receber, avaliar e negociar as coproduções do canal.
Rodrigo Teixeira. Fundador da RT Features, é um dos principais produtores nacionais e atua também no mercado estrangeiro, tendo produzido, entre outros, Frances Ha (2012), Indignação (2016) e Me chame pelo seu nome (2017).
Mediação: José Roberto Sadek, professor da Faap
MESA 7 (14h-16h) Exceção Cultural: a batalha pela regulação do streaming
No VoD, serviço ligado à tecnologia e às telecomunicações, no qual a escolha está nas mãos do público, quais são as medidas de proteção possíveis para o conteúdo local? A cota de tela e o modelo de cobrança da Condecine estão no centro da disputa regulatória em curso no país.
Fernando Magalhães. Engenheiro da Computação, trabalha há mais de 20 anos na NET. Atualmente, como diretor de programação e conteúdo, cuida da negociação de conteúdo para Claro Brasil e do relacionamento com as programadoras, distribuidores e estúdios.
Magno Maranhão. Professor de Direito público e privado, é especialista em regulação da Agência Nacional do Cinema. Ocupa, atualmente, o cargo de assessor do diretor-presidente e acompanha de forma direta as discussões sobre a regulação do VoD.
Oscar Simões. Administrador de empresa, preside a Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), que congrega e representa distribuidores, programadores e fornecedores dedicados a serviços de comunicação por acesso pago.
Paulo Schmidt. Sócio da Academia de Filmes, produziu, para o cinema, Legalize já (2017), Infância clandestina (2011), indicado argentino ao Oscar 2013, Cabeça a prêmio (2009) e Titãs – a vida até parece uma festa (2008).
Mediação: Ana Paula Sousa, coordenadora do II Fórum Mostra
MESA 8 (16h30-18h30) Sustentabilidade da cultura: entre o público e o privado
No país que está em plena disputa eleitoral e viu um museu arder em chamas, a pergunta que se faz é: qual o futuro das políticas do setor? As parcerias entre Estado e empresas, a Lei Rouanet e a cultura como cidadania serão discutidas na mesa de encerramento do Fórum.
Cristina Ikonomidis. Ex-secretária adjunta de relações institucionais do Governo de São Paulo e coordenadora de comunicação da secretaria de Estado da Cultura, é, atualmente, superintendente da Cinemateca Brasileira.
Danilo Santos de Miranda. Especialista em ação cultural, é diretor regional do Sesc. Formado em Filosofia e Ciências Sociais, trabalha com uma compreensão expandida da cultura e atua como conselheiro em diversas entidades culturais.
Eduardo Saron. Dirigente do Itaú Cultural há 16 anos, é também vice-presidente da Fundação Bienal de São Paulo e conselheiro do Masp, do Instituto CPFL, da SP Companhia de Dança e do Conselho Nacional de Políticas Culturais do Ministério da Cultura.
Jailson de Souza e Silva. Geógrafo, doutor em sociologia e pós-doutor pelo John Jay College of Criminal Justice, foi fundador do Observatório de Favelas, dirige o Instituto Maria e João Aleixo (IMJA) e é professor da UFF.
Mediação: Ana Letícia Fialho, gerente-executiva do Cinema do Brasil