Com clientes no Brasil, EUA, Portugal, Suíça, Índia, Inglaterra, entre outros países, Alessandro Kbral trabalha em estúdios desde 2000 e, em 2008, se tornou engenheiro de masterização. Ganhador de um Grammy Latino em 2021 com Chitãozinho e Xororó, trabalhou com Gustavo Lima, Luan Santana, Ana Vitória, Kiko Zambianchi, Geraldo Azevedo, The Mission, Red Daisy Revival e Johnathan Vanathyah. Recentemente, o profissional da Toque Final Master, trabalhou com a banda paulistana Mattilha na versão da mixagem em Dolby Atmos do novo EP “Coração Anárquico”.
Como foi trabalhar com a Mattilha no novo EP usando o Dolby Atmos? Em quais pontos ele difere das tecnologias de áudio convencionais e quais são os principais benefícios de se utilizá-lo em produções de áudio?
Alessandro Kbral: O EP da Mattilha tem som bem tocado e bem gravado, e com ótima mixagem por meu amigo Henrique Baboom, o que ajudou bastante no processo do Dolby Atmos de deixar o som imersivo. Com o Dolby Atmos foi possível destacar alguns efeitos, por exemplo, na música “Cobra”, em que o guizo da cobra circunda o ouvinte, além de dar destaque às guitarras pesadas.
O Dolby Atmos proporciona uma experiência única que se adequa a todos os dispositivos de áudio, dando a sensação de som imersivo e se adequando ao equipamento que você tem, de um sistema 7.1.4 a um celular. No áudio tradicional, para conseguir um som surround, por exemplo, é necessário ter um equipamento 5.1.
Quais são os desafios envolvidos no processo de mixagem em Dolby Atmos?
Alessandro Kbral: Para mixar Dolby Atmos Music, é necessário ter coerência para selecionar qual instrumento soará imersivo. Por exemplo, a voz não pode vir de todas as direções, ficar girando ao redor do ouvinte, isso pode causar vertigem. Você precisa escolher quais canais soam melhor em 360.
Quais são os dispositivos e equipamentos necessários para reproduzir conteúdo em Dolby Atmos? Existem desafios técnicos ou limitações que os profissionais enfrentam ao trabalhar com Dolby Atmos?
Alessandro Kbral: O sistema mínimo recomendado é o 7.1.4: sete caixas na horizontal, um subwoofer e quatro caixas elevadas. Para mixar em Dolby Atmos é preciso ter as ferramentas Pro Tools-Studio e Dolby Render e fazê-las trabalharem em conjunto. No começo foi um desafio entender o funcionamento das duas juntas.
Como a tecnologia Dolby Atmos está sendo adotada na indústria da música e do cinema?
Alessandro Kbral: Na música, ainda não são todas as plataformas e streamings que aceitam essa tecnologia. AppleMusic, Tidal e Amazon Music já aceitam. No audiovisual, além do cinema, são poucas plataformas, por exemplo a Netflix.
Podemos esperar uma difusão mais ampla de conteúdo em Dolby Atmos no futuro próximo? Quais são as tendências emergentes?
Alessandro Kbral: Claro, essa tecnologia veio para ficar. As grandes bandas, como o Metallica, estão lançando álbuns em todos os formatos, inclusive o Dolby Atmos.
Ouça o EP no streaming: https://sym.ffm.to/coracaoanarquico
Mídias sociais:
https://www.instagram.com/MATTILHA_CREW/
https://www.instagram.com/alessandrokbral_mastering
Site relacionado: https://www.dolby.com/technologies/dolby-atmos/
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