Relatório será encaminhado ao Tribunal de Contas da União (TCU), que prometeu reduzir o prazo regimental de análise de 150 para 60 dias
Em entrevista coletiva realizada em Brasília na última sexta-feira (26), o Ministro das Comunicações Fábio Faria, o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) Leonardo Euler de Morais e o conselheiro da entidade e relator do Edital de Licitação do 5G, Carlos Baigorri, detalharam a proposta para a disponibilização de espectro de radiofrequências para o 5G, aprovada na noite de quinta-feira (25). Agora, o relatório será encaminhado ao Tribunal de Contas da União (TCU), que prometeu reduzir o prazo regimental de análise de 150 para 60 dias.
“Esse é um dia muito importante para o país. A Anatel, ontem, concluiu os votos dos conselheiros sobre o edital para o leilão do 5G. Esse será um grande passo para o avanço do desenvolvimento do nosso país”, declarou Faria. O ministro salientou que a intenção é realizar um leilão 100% não arrecadatório.
Segundo Faria, enquanto a tecnologia 4G foi feita para as pessoas, o 5G é destinado a empresas e indústrias, que terão salto de qualidade jamais visto, não só pelo aumento de velocidade, mas pela conexão com toda a cadeia produtiva, permitindo reduzir o desperdício de insumos.
“Essa tecnologia vai trazer mudanças significativas na economia. Estamos falando de transformação digital da economia. Só para se ter uma ideia, o 5G vai trazer mais de R$ 3 trilhões com relação ao crescimento da economia”, afirmou.
“Se o 4G remodelou a qualidade de conexão para as pessoas, o 5G vai ser o guarda-chuva para um mundo de possibilidades. São outras propriedades, muitas relacionadas à Internet das Coisas (IoT)”, acrescentou Leonardo Euler. Segundo ele, o edital dará oportunidade para que prestadores regionais tenham acesso ao espectro radioelétrico. “Somados, são os mais importantes prestadores de banda larga fixa no país”, explicou.
Ele destacou ainda que a liberação para o uso da faixa de 3,5 GHz envolverá a migração dos usuários de TVRO (antenas parabólicas), atualmente na banda C para a banda Ku. “Faz parte do projeto uma troca das antenas parabólicas das famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) por antenas menores. As parabólicas serão desativadas para permitir o funcionamento do 5G”, ressaltou.
Já Baigorri detalhou o cronograma de ações: expectativa é lançar o edital ainda no primeiro semestre e garantir cobertura da nova rede nas capitais até 30 de julho de 2022.