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O novo papel dos agregadores em Pay-TV

Por Ricardo Batalha

Por Simon Trudelle, diretor de marketing de produto da NAGRA

O crescimento dos serviços OTT multitelas transformou o cenário de entretenimento para sempre. Mas, sejamos honestos, a variedade às vezes estonteante de escolhas não é inteiramente uma coisa boa – nós chegamos ao ponto da virada na fragmentação.

O espectador médio não tem apenas uma assinatura de serviços OTT – ele provavelmente tem duas, três, ou talvez até quatro. Desta forma, acessar o seriado ou filme que você quer assistir significa navegar por um labirinto de menus através de múltiplos aplicativos e serviços.

Além do mais, quando pensamos em conteúdo esportivo, a situação está se tornando cada vez mais complexa – um terço dos principais 25 times de futebol americano, e seis das principais dez ligas americanas, agora oferecem serviços OTT Premium.

Enquanto isso, vários agregadores OTT emergentes, especializados em esportes, estão criando ofertas globais de valor, oferecendo direitos de ligas menores, não compradas pelos provedores de Pay-TV. É simplesmente inevitável que cedo ou tarde uma reorganização aconteça.

Falando de forma mais geral, existe mesmo na indústria um sentimento crescente de que uma mudança está a caminho. De acordo com os dados levantados no último European PAY-TV Innovation Forum report, os executivos acreditam que seus modelos existentes de agregadores precisam evoluir em resposta à crescente popularidade dos serviços OTT. Pelo menos eles estão otimistas sobre a habilidade da indústria de fazê-lo.

A proliferação das assinaturas dos serviços OTT apresentam oportunidades para provedores de TV paga de ser tornarem superagregadores de conteúdo. 79% dos executivos pesquisados durante o Pay-TV Innovation Forum acreditam que os principais serviços de OTT, como Netflix e Amazon Prime Video, podem de fato ser valiosos como parte de uma oferta de Pay-TV. E a integração desses tipos de serviços OTT pode oferecer conveniência e utilidade, além de criar novas oportunidades de marketing e agregação. Em outras palavras, os operadores precisam se tornar superagregadores.

Mas é tão simples quanto parece? O que um operador de TV paga precisa para se tornar um superagregador? Qual é o checklist do superagregador?

Em primeiro lugar, um superagregador deve estar voltado para o consumidor, ter uma grande base de usuários e principalmente ser um distribuidor de conteúdo de marca. Deve oferecer escolhas, preços flexíveis e conveniência em um único pacote.

Em segundo lugar, este pacote precisa ser desenhado ao redor do consumidor: essencialmente, os operadores que desejam se tornar superagregadores vão precisar inovar em suas experiências do usuário e na UI, e não apenas acrescentar mais conteúdo. Afinal de contas, enquanto o volume de conteúdo continua crescendo, criar uma fundação sólida de experiência do usuário vai ultimamente ser o que ajuda os usuários a navegarem sem esforços. Costurar através de um labirinto de menus através de múltiplos aplicativos precisa se tornar uma coisa do passado.

Além disso, se os operadores realmente levam a sério a superagregação, devem dominar o embarque eficiente de conteúdo OTT, aproveitando de maneira inteligente os aplicativos complementares. Também devem dominar a proteção eficiente de conteúdo e uma abordagem orientada por dados para a descoberta de conteúdo.

A indústria de Pay-TV precisa se transformar em um mundo com uma abordagem independente de plataforma para distribuir conteúdo e vídeo – tudo misturado e disponível através de todas as redes e telas.

Como superagregadores, operadores de Pay-TV precisam se tornar o portão central para todo o conteúdo que os consumidores amam, em qualquer tela. E não estamos falando apenas sobre OTT, mas também transmissão de TV linear e esportes ao vivo. Eles também precisam considerar sua abordagem de aquisição de público, o que, por sua vez, impulsiona as plataformas que eles apoiarão.

Hoje é uma verdade estabelecida que o crescimento dos serviços de OTT está impactando as indústrias de Pay-TV e conteúdo. Desta forma, a transformação digital está emergindo como uma prioridade-chave.

Com isso em mente, a indústria de Pay-TV em todo o mundo está em uma encruzilhada – e a verdade é que o crescimento está diminuindo em muitos mercados –, enquanto os disruptores digitais continuam a ganhar força. Já estamos vendo os sinais de uma indústria completamente diferente. Uma com maior foco na rede, uma oferta mais ampla de produtos e serviços e abordagens completamente novas para a agregação e varejo de conteúdo.

Por fim, os provedores de TV paga têm uma oportunidade única de desempenhar um papel fundamental na agregação de serviços OTT. E, embora claramente haja desafios e incertezas, o foco está na criação de oportunidades de crescimento e, no final, na prestação de serviços que encantarão os consumidores e os manterão engajados.

Simon Trudelle
Diretor de Marketing de produto da NAGRA

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