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Painel discute evolução do OTT Anywhere, Anytime, Any Device

Por Redação

A Inteligência Artificial é uma aliada de peso para simplificar e otimizar os workflows OTT

Na manhã deste terceiro dia do Congresso da SET aconteceu o painel OTT: Anywhere, Anytime, Any Device, trazendo uma rica discussão sobre a evolução tecnológica das plataformas, dos conteúdos e dos modelos de negócio. Mediado pelo diretor de tecnologia da TV Cultura, Gilvani Moletta, o painel reuniu Everton Alves, fundador da Sambatech; Bruno Magalhães, diretor de negócios da ATEME; Fernando Carlos Moura, jornalista e professor universitário; e Jossi Fresco Benaim, diretor regional da América Latina da Verizon.

Com uma proposta de levantar questionamentos sobre o tema, desde a regulamentação aos modelos de receitas disponíveis, o debate também incitou o público a realizar uma série de perguntas, especialmente relacionado ao conteúdo esportivo ou de nicho e a padronização das codificações para diminuir a latência das plataformas OTT em relação ao broadcast padrão.

Com as potenciais dezenas de perfis de entrega de conteúdo, dado a quantidade de codecs e dispositivos finais disponíveis para reproduzir esse material, uma aliada de peso que auxiliará na simplificação do workflow das emissoras é a inteligência artificial.

“A inteligência artificial vai vir para ajudar em três pilares: na personalização, na interatividade e na curadoria para fazer a recomendação correta do conteúdo”, disse Everton Alves. “Imagine que podemos ter uma inteligência artificial para recomendar o melhor codec de acordo com o dispositivo e o público que se quer chegar, otimizando a rede. É possível também trabalhar nas melhores experiências dos usuários, com um conteúdo totalmente interativo, personalizado e que pode ser assistido de forma dinâmica”.

De fato, a inteligência artificial já está sendo usada em vários processos dentro das emissoras. A própria TV Cultura tem realizado Provas de Conceito com a tecnologia.

“As plataformas OTT, especialmente aquelas que são abertas e livres como o YouTube, são carentes de conteúdo bom. A baixa qualidade do conteúdo e a falta de uma produção elaborada não tem a mesma retenção de um conteúdo mais bem produzido”, disse Moletta. “Vejo as plataformas OTT como uma oportunidade de resgatar conteúdos de acervos. Claro que temos todos os problemas de direitos conexos, mas há a possibilidade de remonetizar esse conteúdo. Além disso, quando a maioria desse acervo foi catalogado, ele foi feito pensando na TV Linear, onde havia apenas o título, o nome das pessoas que participaram de um determinado programa e, no máximo, algum comentário. Vimos uma necessidade de recatalogação disso e estamos utilizando inteligência artificial para transformar em texto tudo que foi dito nos programas, além de reconhecimento facial, para facilitar o negócio. A ideia é montar a base de dados para fazer algum tipo de business com esses conteúdos”.

Com alguns resultados positivos bem relevantes relacionados à transmissões online, alcançando um pico de mais de 500 mil usuários acompanhando o programa Roda Viva com um dos candidatos a presidência da república, a discussão sobre uma plataforma OTT própria da TV Cultura está bem avançada. “Para esse ano ainda não, mas para o próximo ano acredito que já teremos novidades, principalmente para aproveitar todo esse acervo de conteúdo jornalístico para pessoas que querem fazer um trabalho acadêmico ou de outros países que querem buscar um assunto relevante. A TV Cultura completa 50 anos em 2019, sempre com uma boa qualidade de captação e jornalística. Isso gera um ativo enorme, que estão sendo digitalizados, e estamos exatamente no business plan, estudando uma forma de negócio – não para ser muito rentável, mas que não tenhamos tanto prejuízo”.

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