Home Reportagens Pós-produção do novo clipe do Blood Incantation finalizada com DaVinci Resolve Studio

Pós-produção do novo clipe do Blood Incantation finalizada com DaVinci Resolve Studio

Banda de death metal Blood Incantation utiliza DaVinci Resolve para edição, gradação de cores e VFX, dando vida a narrativas complexas

Por Ricardo Batalha

A Blackmagic Design anunciou que o videoclipe de “The Stargate” da banda americana de death metal Blood Incantation foi editado e colorizado no DaVinci Resolve Studio com os efeitos visuais (VFX) finalizados diretamente na página Fusion do software de pós-produção. Michael Ragen, diretor e diretor de fotografia do clipe, foi responsável pela edição e VFX, enquanto o colorista Belal Hibri finalizou a gradação de cores da saga de 20 minutos com imagens alucinantes e ambientes perturbadores.

Mais um curta do que um videoclipe, “The Stargate”, que faz parte do repertório do álbum “Absolute Elsewhere” (2024), apresenta a história épica de um misterioso objeto e suas vítimas. Com início na Idade das Trevas e viajando pelos confins do espaço profundo, ele mistura ficção científica e terror folclórico com viagens interdimensionais e tecnologia alienígena.

“Esse filme é uma exploração de portais, mundos além de mundos, e lugares além do tempo”, explicou Ragen. “Como é tão complexo, inicialmente, eu montei toda a edição conforme a música com cartões de texto no DaVinci, usando apenas descrições simples do que aconteceria em cada plano. Isso foi crucial para cumprir os prazos e filmar exatamente o que precisávamos com nossos recursos e tempo limitados.”

“Depois que começamos a filmar, eu ia e voltava entre as filmagens, edição, trabalhos de VFX e também trabalhava na correção de cores provisória”, acrescentou. “A principal razão que me convenceu a migrar para o DaVinci na edição foi a possibilidade de acessar a página de cores a qualquer momento e trabalhar nas gradações de cor temporárias. Minha principal função é diretor de fotografia, então ter o visual certo realmente me ajuda a guiar a edição, especialmente em um projeto como este, no qual fazemos a transição do preto e branco para a cor.”

Ragen também destacou que, caso encontrasse impasses durante a montagem, podia mudar de abordagem, bastando clicar na página Fusion do DaVinci Resolve Studio e trabalhar na composição de um plano.

“No Fusion, usei o rastreador planar para rastrear parte do rosto de uma pessoa e depois utilizei uma tomada secundária dela, estabilizando o movimento da cabeça com o rastreador planar. Em seguida, peguei os elementos dessa tomada e os compus no primeiro plano, transformando essas pessoas em mutantes com múltiplas características”, disse.

De acordo com Ragen, os planos espaciais exigiram uma composição tradicional com elementos tridimensionais básicos, como campos de partículas animados pelos quais a câmera podia se mover. “Todos os elementos orgânicos em segundo plano no espaço foram filmados em câmera por Chris Parks, que é um especialista em efeitos de fluido e que já trabalhou em filmes como “Fonte da Vida” e “A Árvore da Vida”, explicou. “Eu pegava diversos dos planos dele e os empilhava ou distorcia em um novo segundo plano no Fusion. Em seguida, eu adicionava a nave, como uma sequência EXR ou PNG com transparência. A nave em si foi algo que eu inicialmente tinha criado como uma miniatura prática e que depois digitalizei em 3D com construção modular 3D adicional no Unreal Engine.”

As ferramentas de estabilização e retemporização integradas no inspetor do DaVinci Resolve Studio também foram cruciais para o trabalho de Ragen. “Na página Cor, eu nunca fazia nada muito sofisticado com os nós da colorização temporária, mas acabei acumulando uma série de efeitos visuais ali, utilizando as ferramentas de distorção e indentação, além da degradação analógica”, disse.

Segundo Hibri, Ragen tinha uma visão clara das várias fases do videoclipe. “Eu descreveria como um visual fotoquímico bruto que você talvez veria em um filme de ficção científica dos anos 70. Ele combinava com os métodos analógicos que usamos para gravar e mixar a música e também com a nossa abordagem para os efeitos visuais. Quando começamos a correção de cores propriamente dita, o foco passou a ser esculpir esse visual de uma maneira que respondesse à densidade e às camadas que podem ser ouvidas na gravação. Além da paleta de cores, utilizamos granulação, brilho, halação e clarões de lente em diferentes estilos e intensidades para diferenciar cada um dos gêneros e tonalidades nas trilhas”, disse.

“Mais para o final do vídeo, o piloto perde o controle, e a música e a edição ficam bastante intensas. A cena mistura os diferentes tipos de imagens da fotografia macro de Chris Parks com imagens de fluidos borbulhando e dos membros da banda derretendo à medida que entram na estrela. Trabalhamos arduamente para garantir que a sequência fluísse e acompanhasse a intensidade do momento. Havia planos em que combinamos quatro tipos de granulação de filme digitalizado para integrá-los ao resto da edição e manter a energia fluindo. Há um momento em que tudo se encaixa, e é extremamente gratificante quando o som e a imagem se harmonizam.”

“Tivemos a sorte de trabalhar com uma banda que confiava muito em nós e nos deu a liberdade criativa para concretizar essa visão, mas que, ao mesmo tempo, foi incrivelmente participativa e colaborativa durante o processo”, concluiu Ragen. “A nossa equipe também era extraordinária. Parecia que estávamos nos divertindo entre amigos, não trabalhando, por mais desafiador que tenha sido. Esse projeto um bom exemplo do que é fazer cinema quando há um objetivo artístico em comum.”

Site relacionado: https://www.blackmagicdesign.com

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