Cientistas da NTU Cingapura e da Universidade de Osaka criam chip sem fio Terahertz de ultra-alta velocidade
Uma equipe da Universidade de Tecnologia de Nanyang (NTU), em Singapura, apresentou o estudo conduzido junto a pesquisadores liderados pelo Professor Masayuki Fujita, da Universidade de Osaka (JAP), do primeiro chip 6G, que atingiu 11 Gb/s de velocidade de acesso em seu laboratório, num ambiente controlado. Publicado na Nature Photonics no último mês de abril, os pesquisadores mostraram que seu chip pode transmitir ondas terahertz (THz), resultando em uma taxa de dados de 11 Gigabits por segundo (Gbit/s), que é capaz de suportar streaming em tempo real de vídeo de alta definição 4K e excede o limite teórico até agora de 10 Gbit/s para comunicações sem fio 5G.
O chip usa ondas terahertz (THz), em resposta às ondas milimétricas do 5G, e a tecnologia oferece velocidades que se traduzem em 1,3 GB/s. Um sinal de 1 THz terá um trilhão de ciclos dentro de um segundo e, aumentando a frequência, a quantidade de dados segue na mesma proporção para se enviar e receber dentro do mesmo intervalo de tempo. As ondas THz fazem parte do espectro eletromagnético, entre as ondas de luz infravermelha e as microondas, e têm sido apontadas como a próxima fronteira das comunicações sem fio de alta velocidade.
As áreas de aplicação potencial para a tecnologia de interconexão THz incluirão centros de dados, dispositivos IOT, CPUs multicore massivas (chips de computação) e comunicações de longo alcance, incluindo telecomunicações e comunicação sem fio, como Wi-Fi. Em sentido amplo, 11 Gb/s de velocidade até pode parecer um ganho reduzido, mas em ambientes reais terá outro aspecto.
Líder do projeto, o professor Ranjan Singh declarou que esta foi a primeira vez que PTIs foram realizados na região espectral de terahertz, o que comprova o conceito anteriormente teórico, viável na vida real. Sua descoberta pode abrir caminho para que mais interconexões PTI THz – estruturas que conectam vários componentes em um circuito – sejam integradas em dispositivos de comunicação sem fio, para dar à próxima geração de comunicações ‘6G’ uma velocidade sem precedentes de terabytes por segundo (10 a 100 vezes mais rápido do que 5G) no futuro.
“Com a 4ª revolução industrial e a rápida adoção de equipamentos de Internet das Coisas (IoT), incluindo dispositivos inteligentes, câmeras remotas e sensores, o equipamento de IoT precisa lidar com grandes volumes de dados sem fio e depende de redes de comunicação para entregar ultra altas velocidades e baixa latência”, explicou Singh. “Ao empregar a tecnologia THz, pode-se potencialmente aumentar a comunicação intra-chip e inter-chip para suportar inteligência artificial e tecnologias baseadas em nuvem, como carros autônomos interconectados, que precisarão transmitir dados rapidamente para outros carros próximos e infraestrutura para navegar melhor e também evitar acidentes”, concluiu.