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Produtores de cinema compartilham experiências em coproduções no II Fórum da Mostra Internacional de Cinema

Por Redação

O encontro aconteceu durante uma série de debates sobre as faces mercadológica e artística do cinema, em São Paulo de 24 a 26 de outubro

Produtores de cinema compartilharam suas experiências em coproduções no II Fórum Mostra, uma série de debates sobre as faces mercadológica e artística do cinema, que acontece em São Paulo de 24 a 26 de outubro. Catherine Dussart (CDP Productions), Marcin Łuczaj (New Europe Film Sales) e Tatiana Leite (Bubbles Project) enfatizaram como as parcerias possibilitam o desenvolvimento de projetos com pontos de vista diversos e circulação mais abrangente no debate “Coproduções: o caminho para o cinema de arte”.

As mudanças no mercado audiovisual nos últimos 10 anos foram muito significativas, o setor se tornou mais diverso e produtivo. Hoje as coproduções têm representatividade e diante dos atuais desafios do País, mostram-se como um caminho desejável. Segundo Tatiana, que já realizou coproduções internacionais com a Argentina e a Alemanha, com destaque para o filme Benzinho (2018), a troca com pessoas de outras culturas é muito enriquecedora. “Sou grande defensora da coprodução. Acredito na importância de se dividir a produção principalmente pela troca com profissionais de outras culturas e a participação criativa de cada um no projeto.” Em seguida, Marcin a complementou, ressaltando que muitos filmes do catálogo da empresa em que trabalha não teriam sido realizados sem uma coprodução. “Estamos focados em talentos internacionais, porém muitos dos filmes dos nossos catálogos não teriam sido produzidos sem uma parceria, como, por exemplo, os filmes do Oriente Médio. Para apostarmos numa produção, o projeto precisa ter apelo universal.”

Para a produtora brasileira, o Brasil está muito bem inserido na América Latina, principalmente após a criação do fundo latino-americano. Porém ainda existe certa dificuldade para enviar remessas de dinheiro ao exterior e pagar equipes e equipamentos que não sejam brasileiros. “Não há flexibilização nesse sentido. Também não existe um valor mínimo para que uma produção seja reconhecida como coprodução, mas, em geral, o aporte é de 20%.”

Outro tema importante abordado no encontro foi o que os produtores esperam para os próximos anos. Tatiane foi a primeira a responder: “pensar no futuro do cinema brasileiro agora é…” e parou de falar. O olhar distante, a respiração profunda e o silêncio… A plateia riu, de nervoso, demonstrando entender o significado daquele silêncio. Após a pausa, um desejo esperançoso: “entre muitos erros e acertos, espero que a diversidade seja mantida em sua essência.”

Marcin quebrou o clima brincando, dizendo que espera levar suas produções artísticas para a Netflix e a Amazon, e aproveitou para lembrar o fato de que poucos diretores podem se dar ao luxo de trabalhar com essas grandes plataformas. “O mercado está ficando cada vez menor, sobra menos dinheiro para o cinema e hoje os filmes mais artísticos não existiriam sem os investidores.”

Catherine, por sua vez, demonstrou mais otimismo ao ressaltar que o cinema tem a capacidade de sempre se reinventar. “Hoje é mais barato fazer filme, as técnicas são menos onerosas, as câmeras são mais baratas e compactas. Fico feliz de ver novas produções e tecnologias surgindo a cada ano.”

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