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Revivendo a Nostalgia dos Anos 90 com a Blackmagic URSA Cine 12K LF

“Dog” é uma exploração visual de memória e emoção, captada por Ben Saffer com lentes prime Cooke S8/i

Por Ricardo Batalha

No curta-metragem “Dog”, o diretor de fotografia Ben Saffer trabalhou ao lado da diretora Caitlin McLeod e da produtora Jessica Palmarozzi, da Flumeri Films, para narrar uma história comovente sobre relações na infância. Saffer escolheu a câmera digital cinematográfica Blackmagic URSA Cine 12K LF para captar as nuances emocionais e os cenários essenciais à narrativa.

McLeod é uma diretora de teatro multipremiada, conhecida por seu trabalho no Globe, na Royal Shakespeare Company e no National Theatre. Anteriormente, dirigiu o curta dramático “One Like Him”, também produzido por Palmarozzi.

Saffer descreve o enredo do filme: “Os pais estão presentes, mas ausentes, deixando as crianças aprenderem por conta própria. É um roteiro encantador que retrata os desafios de três jovens irmãos em busca de conexão. Já filmei mais de 50 curtas e estou sempre em busca de uma nova abordagem para contar histórias, e este projeto trouxe algo realmente único.”

Ao ler o roteiro, Saffer compartilhou o mesmo instinto de McLeod: filmar em 16mm. “A história se passa nos anos 90 e precisava de uma estética levemente nostálgica, mas, considerando o tempo que queríamos manter a câmera rodando, optamos pelo digital”, explica.

Ambientado nos anos 90, o filme demandava um estilo visual que fosse nostálgico e realista. Saffer escolheu a URSA Cine 12K LF por razões práticas. “Trabalhar com crianças exige flexibilidade. O digital nos permitiu gravar continuamente sem perder nenhum momento”, observa. “O sensor de grande formato também captou as paisagens expansivas de Yorkshire, essenciais para o tom do filme.”

Para suavizar a alta resolução da URSA Cine 12K LF, Saffer optou por lentes prime Cooke S8/i, aproveitando sua característica mais tolerante para criar uma estética cinematográfica mais quente. “Filmamos quase sempre com a abertura máxima, o que criou uma suavidade íntima que equilibrava a nitidez da câmera. Isso resultou na estética nostálgica que procurávamos, inspirada nas minhas memórias dos anos 90.”

Iluminação emotiva
O conceito de McLeod de “áreas de luz” foi essencial para a narrativa visual, apresentando personagens que se deslocam por sombras até áreas isoladas de iluminação. “Caitlin queria uma iluminação funcional em vez de acolhedora, o que intensificava o distanciamento emocional da história”, explica Saffer.

Isso fica evidente nas cenas na tenda, onde as crianças se encontram. “A abordagem natural seria uma iluminação mais quente, como em um comercial de férias, mas Caitlin preferiu algo mais frio e distante. “A designer de produção, Liz Simpson, usou adereços práticos da fazenda para reforçar esse tom, enquanto optei por uma iluminação mínima para criar sombras que transmitissem uma sensação de isolamento”, revela Saffer.

A Panalux forneceu os equipamentos de iluminação, e Saffer utilizou luz indireta para compor silhuetas dinâmicas nas cenas internas.

“No corredor da casa, iluminamos pelas portas dos quartos, criando áreas de luz naturais e sombras intrigantes. Isso nos permitiu moldar o ambiente de maneira sutil, mantendo o foco nas crianças”, explica. “Em vez de iluminar todo o ambiente, direcionamos a luz pelas portas ou pelas laterais, criando áreas naturais de luz e sombra. A URSA lidou excepcionalmente bem com esses contrastes, entregando as silhuetas e a profundidade que buscávamos.”

Em uma cena crucial na cozinha, Saffer optou por uma abordagem minimalista de iluminação, aproveitando a sensibilidade da câmera para trabalhar com as sombras naturais. As crianças estão reunidas à mesa para o jantar, e a entrada da mãe para servi-las é percebida, mas nunca mostrada. “Queríamos manter o foco nas crianças enquanto o fundo desaparecia de forma sutil”, comenta.

Equilibrando tecnologia e narrativa
A alta resolução, combinada com a flexibilidade do Blackmagic RAW, permitiu a Saffer captar uma estética nítida e detalhada, que ele descreve como “quase uma memória.”

“A ciência de cores da URSA Cine foi um elemento crucial na nossa escolha”, revela Saffer.

“A pipeline da Blackmagic é tão intuitiva e consistente que nos permitiu captar tons de pele riquíssimos e texturas de cores que pareciam fiéis ao cenário dos anos 90.”

Gravando em 8K com Blackmagic RAW no modo Q1 (taxa de bits constante), o codec permitiu que Saffer mantivesse imagens de alta qualidade enquanto controlava os tamanhos de arquivo para se adequar ao orçamento do filme indie. “O BRAW é um dos melhores codecs disponíveis, proporcionando um equilíbrio excepcional entre qualidade e eficiência de armazenamento. É perfeito para o orçamento de um curta, preservando tudo o que precisamos na pós-produção”, observa.

As filmagens na mão foram indispensáveis para acompanhar o jovem elenco. “O peso da câmera deu uma sensação de estabilidade, algo que prefiro em trabalhos de câmera na mão”, explica. “O visor URSA Cine EVF também se destacou, oferecendo uma imagem tão precisa que pude iluminar diretamente por ele, sem a necessidade de um monitor de referência externo.”

“A URSA nos possibilitou equilibrar precisão técnica e profundidade emocional, captando tanto a vastidão das paisagens de Yorkshire quanto a intimidade das jornadas dos personagens”, conclui Saffer.

Atualmente em pós-produção, “Dog” tem estreia planejada para festivais em 2025.

Site relacionado: https://www.blackmagicdesign.com

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