O quarto painel da tarde do SET Sudeste, realizado no Rio de Janeiro na última quinta-feira (02), analisou as novas formas de produção e distribuição de conteúdo. Assim, o painel “Produção, Distribuição e Contribuição baseada em Nuvem e Internet”, moderado por Carlos Cauvilla, Conselheiro SET e Diretor de Tecnologia de Operações do SBT; o painel analisou soluções de produção com Felipe Domingues, Gerente de Pré-Vendas da CIS Group; Daniel Diniz, Diretor de Vendas LATAM – Net Insight; e Thiago Abreu, Gerente de Projetos de Soluções de Mídias da Globo, trouxe cases e casos práticos aos participantes do primeiro regional do ano.
O primeiro a falar foi o executivo da Net Insight, Daniel Diniz, quem analisou a transformação da mídia e como a TV está se transformando, “com novos métodos e formas de transporte de vídeo. A conectividade é um ponto importante que permite o transporte, mas nem sempre é seguro porque perde pacotes”. Segundo ele, se o radiodifusor não agrega ferramentas ao transporte, não terá uma transmissão segura garantida. Estas ferramentas passam por opções ARQ (Automatic Repeat reQuest), sejam em formato Zixi, RIST ou SRT, mas “precisasse sempre ter um buffer de RTT, garantindo o meio de transporte”.
Diniz mostrou diversas aplicações com topologias diferentes, desde produções remotas sobre IP com sincronismo remoto encima de um ambiente de nuvem, até uma aplicação na nuvem, a plataforma Nimbra Edge com stream manager, que funciona com API de forma agnóstica, “trabalhando com qualquer formato de protocolo ou provedor de nuvem, até de forma híbrida”. Ele disse, ainda, que é possível sincronizar o playout e os pontos de recepção.
Mais tarde, Felipe Domingues avançou para soluções alternativas de distribuição terrestre sejam por nuvem, conexão a internet com baixa latência em formato ponto-multiponto, por exemplo, via protocolos. O executivo falou de como utilizar os serviços da Tata Communications, uma solução SaaS, com pagamento FOB ou local, funcionando como uma solução Turney Key que pode incluir ISPs (na última milha).
Outro dos pontos destacados pelo executivo da CIS Group foi a distribuição para afiliadas via internet pública com utilização de serviços gerenciados, que permitem realizar distribuição, contribuição e conexão. A plataforma tem interfaces de conexão, “permitindo o gerenciamento e monitoramento de todos os sinais em tempo real”.
Finalmente, o executivo da Globo, Thiago Abreu, falou da “Cloudificação: Da captação ao playout”, e das mudanças produzidas nos centros de produção das emissoras. Ele disse que com a cloudificação houve uma simplificação no modelo de produção de eventos, que agora é realizado na nuvem. “Trocamos a unidade móvel por um kit que entrega os conteúdos para a nuvem” onde “todo o mundo é conectado a nuvem pública com operação remota”, explicou.
Abreu disse, ainda, que o desafio também passa pela conectividade nas venues para ter um movimento no playout. “Hoje fazemos contribuição SRT para alguns dos nossos canais”. Outro dos destaques foi a produção ao vivo em formato HLD, que sobe a nuvem grande parte das ferramentas com protocolo NDI utilizando a infraestrutura quando “efetivamente se precisar”. Nesse aspecto, o executivo frisou: “Começamos criando controles com o modelo tradicional que nos ajudaram a entender algumas coisas. Hoje evoluímos a um modelo que faz parte da produção em Live Production, e que já pode colocar conteúdos na TV aberta, como o Galo da Madrugada no Carnaval de Recife, com produção remota multi-site”.
Abreu finalizou a sua palestra afirmando que o desafio do pioneirismo da Globo gerou um grande aprendizado, “houve uma mudança de cultura na ideia de Capex-Opex, porque mudaram os processos. Ainda tivemos o desafio das venues e o das produtoras, fazendo que elas enxuguem as suas produções”. Ele fechou a sua fala dizendo que “o modelo esta maduro”, mas ainda faltam soluções cloud-native.
Fonte: SET (Fernando Moura e Tito Liberato)
Fotos: Luana Bravo, Olímpio Franco e Roberta Munhoz
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