Trabalho desenvolvido pela Globo e Bandeirantes na última Copa do Mundo demonstram disrupção tecnológica e mudanças nos hábitos de consumo dos telespectadores brasileiros. O painel foi moderado pelo Prof. Doutor Fernando Carlos Moura, Editor-chefe da Revista da SET; e teve a participação de Paulo Rabello, Diretor do Hub Operações e Distribuição de Conteúdo da Globo; Jean Pierre Zanetti Vandresen, Gerente Técnico no Grupo Bandeirantes de Comunicação; e Igor Macaubas, Diretor de Plataformas Digitais da Globo.
No painel, Paulo Rabello explicou as tecnologias utilizadas pela Globo durante a última Copa do Mundo de Qatar 2022, com destaque para a produção de ao vivo com utilização de produção virtual e holografias durantes as transmissões de emissora.
Rabello afirmou que a TV aberta está viva. “Tivemos mais de 120 milhões de brasileiros assistindo aos jogos da Copa”. O executivo explicou, ainda, que a Globo instalou 3 câmeras PTZ 4K no Souq Waquif que permitiram gerar um estúdio de 300 m2 no Rio para aumentar a experiência do telespectador. Já Macaubas disse que “houve recordes de consumo do Globoplay impulsionados pelos conteúdos da Copa durante todo o período. 2 vezes mais consumo que a média anual com mais seis (6) vezes em horas consumidas, com a TV conectada como o maior device de conusmo e com um aumento de 11 vezes o consumo de devices web e mobile”. Macaubas ainda explicou como foi feita a transmissão em 4K no Globoplay e como a audiência aumentou e gerou um tráfego de vídeo expressivo.
Finalmente, Zanetto Vandresen declarou que o desafio da Bandeirantes foi grande já que foi a primeira vez que a transmissão incluíu vídeo. “Foi a primeira Copa com videocast no rádio, um desafio cumprido que nos permitiu ter a Rádio Bandeirantes e a Band News FM ao vivo e com vídeo desde Doha durante mais de 40 dias”.
Jean Pierre Zanetti Vandresen comentou que foram utilizadas 5 mochilas e 8 TVU Anywhere Mojo paras as transmissões, e que o maior desafio passou pelo delay. “Conseguimos um delay de áudio IBC-Qatar/Brasil de 500ms, e de 1000ms para vídeo, o que foi excelente”.
O painel sobre a Copa do Qatar foi seguido de um keynote de Ben Crossing, Chief Operating Officer da Hawk-Eye, empresa do grupo Sony que fornece câmeras para as novas tecnologias que têm sido incorporadas às transmissões televisivas de eventos esportivos, como o próprio Mundial de 2022. Segundo Crossing, além do VAR (Video Assistant Referee), que fornece checagem oficial de lances relacionados às regras do esporte, a audiência agora têm acesso a uma série de outras informações complementares, como, por exemplo, altura que o jogador saltou para cabecear uma bola, o que enriquece a transmissão.
Ministro das Comunicações analisa processo de implantação da TV 3.0 no BrasilA edição número 30 do SET:30 foi aberta oficialmente pelo Presidente da SET, Carlos Fini, que saudou os presentes e agradeceu a todos que ajudam a realizar e manter a tradição desse importante encontro por tanto tempo, entre eles a própria NAB, empresas patrocinadoras e colaboradores. Em seguida, Fini destacou a honra de contar com a presença de autoridades, em especial do Ministro das Comunicações, que foi chamado ao palco.
Juscelino Filho, Ministro das Comunicações (MCom), disse na abertura do SET:30, que o fato de a SET organizar esse evento no marco centenário da NAB é motivo de “grande orgulho para nosso País”, e que “causa-nos estranheza que o último Ministro das Comunicações que esteve presente foi há 15 anos. Nesse sentido, entendo que estamos em um momento impar, visto que na última semana lançamos, a partir do decreto, 11484, de 6 de abril de 2023, as diretrizes para implementação da TV 3.0 no Brasil. Essa nova etapa, essa nova fase da TV digital, trará um salto de qualidade para a televisão brasileira, promovendo a transmissão em 4K e 8K, trazendo melhorias de cor e contraste e áudio imersivo com um suporte para conectividade à internet, o que casara definitivamente a transmissão tradicional com conteúdo adicional disponível pela banda larga para atingir os objetivos”.
Juscelino Filho reforçou a vontade governamental de avançar com a TV 3.0 e definir até final de 2024 o padrão técnico. “Uma das metas da nossa gestão é fortalecer a radiodifusão comunitária” e trabalhar junto aos radiodifusores na implantação da TV 3.0, disse o titular do MCom.
Ele afirmou ainda que “no nosso retorno ao Brasil lançaremos uma portaria para regularizar o setor” e que o MCom avançará na “melhoria de gestão para entregar os processos mais rapidamente”.
Sistemas de transmissão, do envio de conteúdo a monitoração
A edição número 30 do SET:30 começou com um painel sobre novas tecnologias satelitais que foi moderado por Caio Klein, Presidente da TVE-RS/SET, e que teve a participação de Jurandir Pitsch, VP, Vendas e Desenvolvimento de Mercado de Vídeo da América Latina da SES; Maura Outeiral García, Area Manager – Market Area Europe and LatinAmerica da Gsertel; e Pascale Fromont, Vice President & GM Media Business Unit da Intelsat.
Pitsch disse que existe a tendência de uma hibridação, somos uma empresa de transporte de mídia com infraestrutura satélites e terrestre. Vamos do sinal ao playout e hoje trabalhamos com os teleportos com AD Insertion com parceiros que nos ajudam na inserção de publicidade. A tendência passa pela monetização dos canais existentes. “Na Alemanha fazemos medição online de audiência. Essa é uma tendência: viabilizar a monetização com conexão da TV e medição em tempo real”
Maura Outerial García avançou para tecnologias de transmissão e destacou os produtos e soluções de mensuração oferecidas pela empresa. “É fundamental poder detectar qualquer tipo de problema de forma rápida e precisa, pois disso depende a excelência na transmissão”, disse.
E Pascale Fromont falou das novas tecnologias e como o futuro passa por soluções de software defined satélites, que permitem a automatização remota online dos sinais. E acrescentou que nos próximos anos haverá um investimento de mais de dois (2) Bilhões de dólares no negócio do 5G-core hybrid network.
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