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‘Terror no Estúdio 666’ do Foo Fighters utiliza DaVinci Resolve Studio e URSA Mini Pro 12K

Cinegrafistas utilizaram um carrinho DAM (Digital Asset Management) baseado no DaVinci Resolve Studio e uma série de outros produtos Blackmagic Design

Por Ricardo Batalha

A Blackmagic Design anunciou que o filme “Terror no Estúdio 666”, produzido e protagonizado pela banda de rock Foo Fighters, fez uso extensivo do software de edição, gradação, efeitos visuais (VFX) e pós-produção de som DaVinci Resolve Studio tanto no set quanto na pós. A produção também utilizou câmeras digitais cinematográficas Blackmagic URSA Mini Pro 12K para captar os planos necessários para os inúmeros efeitos visuais assustadores.

O filme retrata um universo alternativo dos Foo Fighters, no qual o grupo se muda para uma mansão em Encino repleta de histórias macabras do rock and roll para gravar seu tão aguardado 10º álbum. Ao entrar na casa, o vocalista e guitarrista Dave Grohl encontra forças sobrenaturais que ameaçam tanto a conclusão do disco quanto a vida dos outros músicos.

A ideia era rodar o filme em quatro semanas, inteiramente na mansão com fama de mal-assombrada em que a banda gravou seu álbum e serviu de inspiração para o roteiro.

Para reduzir o tempo, os gastos e o estresse de prazos apertados, os cinegrafistas utilizaram um carrinho DAM (Digital Asset Management) baseado no DaVinci Resolve Studio e uma série de outros produtos Blackmagic Design. Atuando como uma instalação móvel de pós-produção, o carrinho DAM foi projetado para eliminar a necessidade de um laboratório, criando dailies no set e entregando diretamente à equipe de edição.

O carrinho DAM era composto por uma ampla gama de produtos profissionais Blackmagic Design desenvolvidos especificamente para sets de filmagem. No centro do sistema estava o DaVinci Resolve Studio, que permitiu acesso às imagens RAW da câmera assim que elas eram baixadas das mídias, enquanto os gravadores de disco HyperDeck Studio Mini forneciam reprodução imediata em locação.

Um DaVinci Resolve Micro Panel ofereceu gradação precisa em tempo real, enquanto um switcher de produção ao vivo ATEM 1 M/E Production Studio 4K distribuía as imagens pelo set, incluindo áudio, com auxílio do Blackmagic Audio Monitor 12G. Um dispositivo de captura e reprodução UltraStudio 4K Mini alimentava os monitores de vídeo com a ajuda de vários conversores broadcast Teranex Mini SDI Distribution 12G. Um monitor SmartScope Duo 4K foi usado para garantir a integridade do sinal.

Durante a produção, o colorista pôde realizar a gradação de planos de imagem para visionamento no próprio set, descarregando cartões de câmera, sincronizando dailies e processando imagens proxy e arquivos originais finais da câmera para edição, tudo com timecodes correspondentes. As correções de cores adicionadas aos arquivos eram apenas “por cima”, ao invés de “queimadas” na imagem, permitindo que a equipe de pós-produção manipulasse as cores ao longo de todo o processo antes da entrega.

Com isso, a equipe de edição podia revisar as imagens imediatamente na instalação de pós dos Foo Fighters, apelidada de Studio 607, situada próximo à mansão, muitas vezes enquanto a produção ainda filmava a mesma configuração. Assim, os editores tiveram a oportunidade de enviar comentários aos produtores enquanto as equipes de câmera ainda estavam em ação. Embora as edições iniciais pudessem começar com os arquivos H.264 rápidos oriundos do set, a timeline podia ser vinculada aos arquivos originais de câmera após a ingestão, fazendo com que a equipe de pós tivesse acesso rápido aos arquivos de resolução completa.

Com um fluxo de trabalho tão ágil, os editores podiam identificar problemas rapidamente, o que foi fundamental em um filme com mais de 300 planos de efeitos visuais, sem contar os efeitos práticos captados em câmera. Graças a essa comunicação rápida, apenas uma cena precisou ser refilmada após a conclusão da produção principal.

Nas primeiras etapas da pós, o editor Byron Wong trabalhou com a assistente Crystal Pastis no Studio 607. A ideia de trabalhar no DaVinci Resolve Studio com uma timeline de resolução completa era nova e interessante. “Normalmente, trabalharíamos com proxies”, disse Pastis. “Trabalhar em 4K é bem incomum, então realmente foi impressionante. Até os arquivos de saída que geramos ficaram incríveis, pois estávamos visualizando o arquivo RAW, ou seja, não era como se estivéssemos trabalhando com proxies e exportando, fazendo a compressão de uma compressão.”

Para dar conta da enorme carga de trabalho de efeitos visuais, o supervisor Matt DeJohn utilizou o software de VFX e gráficos em movimento Fusion Studio em uma ampla gama de tarefas, desde remoção de rigs e ocultação de objetos até planos de imagem mais mirabolantes, muitas vezes amplificando os efeitos práticos criados pelo supervisor Tony Gardner. “Nas cenas de mortes principais, usamos efeitos práticos incríveis e removemos rigs; adicionamos objetos letais como a ponta de uma lâmina e casamos vários elementos, como trocar um ator de verdade por um dummy ensanguentado para criar o plano de imagem final”, disse DeJohn. “Além desses planos com efeitos visuais mais complexos, realizamos uma ampla gama de trabalhos, incluindo remoções de objetos, composições em monitores, simulações de fumaça, chuva e outros efeitos.”

Para captar os fantasmas na cena clímax, filmamos fantoches em um tanque de água com a URSA Mini Pro 12K a 48 fps. “A captação em 12K nos permitiu reenquadrar esses elementos para que parecesse que os fantasmas estavam passando pela câmera sem perder nenhum detalhe.”

Ao longo da produção, a equipe usou apenas gravação RAW de câmera, e DeJohn ficou satisfeito com a escolha do Blackmagic RAW para os plates VFX. “Como o codec Blackmagic RAW é muito eficiente, conseguimos simular a encenação dos elementos fantasmas diretamente na timeline de edição do DaVinci em resolução completa e mesmo assim obter reprodução em tempo real, às vezes com até oito elementos sendo reproduzidos em 12K simultaneamente. A taxa de quadros mais alta tornou o movimento dos fantasmas mais etéreo e nos deu a flexibilidade de deixar tudo mais fluido na pós”, concluiu.

“Terror no Estúdio 666” estreou nos EUA em 25 de fevereiro.

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