Baseado em Boston, a ParkerGale Capital passa a ser majoritária da empresa, com injeção de capital focada no desenvolvimento tecnológico.
A EditShare, fabricante de sistemas inteligentes de armazenamento compartilhado, gerenciamento de mídia e controle de qualidade, anunciou hoje a entrada do fundo de investimento ParkerGale Capital como parte majoritária de seu quadro acionário. Baseada em Boston, o grupo de investimentos é focado na aquisição e injeção de capital em empresas de software de diferentes áreas e é a primeira vez que entra na indústria audiovisual.
Com muito cuidado para não divulgar a ação como uma aquisição, a EditShare faz questão de frisar o movimento como uma grande entrada de capital em sua infraestrutura como uma forma de crescimento em desenvolvimento. “Temos uma grande lista de demandas que nossos clientes gostariam que desenvolvêssemos. Com isso em mente, comecei a ir atrás de uma forma de conseguir mais recurso financeiro para investir neste tipo de desenvolvimento”, explicou o fundador Andy Liebman em exclusividade para a Panorama Audiovisual.
De fato, de acordo com Liebman, a EditShare precisou passar por um verdadeiro processo seletivo para chegar ao modelo de acordo com a ParkerGale. “Eles são um grupo de investimento grande que recebem mais de 200 propostas de empresas procurando investimento, e acabam selecionando 2 ou 3 por ano para aportar capital”, explicou. Este acordo final é fruto de mais de um ano de negociações.
Tentando evitar as turbulências comuns deste tipo de operação, a empresa está mantendo tanto o fundador Andy Liebman, que agora passa a responder como Chief Strategist Officer focando-se no desenvolvimento de tecnologias e Tara Montford que segue como Vice-Presidente de Negócios. Novo no quadro é Conrad Clemson, que assume como CEO apontado pela ParkerGale.
Clemson atuou muitos anos na indústria de tecnologia, sobretudo na área de TI, tendo participado de grandes operações de compra na Motorola e Cisco. “A EditShare sempre conseguiu levar à seus clientes as soluções antes mesmo que o problema fosse reconhecido. Com esta operação a capacidade e flexibilidade da empresa crescerá vertiginosamente para fazer movimentos tecnológicos demandados pela indústria”, explica. Além do cargo executivo, Clemson também adquiriu parte acionária da empresa.
Em um bate-papo exclusivo com a Panorama Audiovisual, o o novo CEO explicou quais os planos para gastar todo este dinheiro recém adquirido. “Sem sombra de dúvida expandir para soluções em nuvem é algo que estamos buscando como prioridade, além de tecnologias de compartilhamento remoto para além do uso de internet”, afirma Clemson.
Questionamos também os planos da empresa para ampliar sua presença local, uma vez que faz menos de um mês que foi anunciada uma nova parceria de distribuição em território nacional com a empresa Mdotti. “Entendemos que há uma grande dificuldade para realizar importações para o Brasil, e acreditamos que com a Mdotti trabalhando na montagem dos sistemas em território nacional teremos muito mais presença. Mas ainda é cedo para falar sobre o que vamos fazer”.
De fato, no momento da entrevista fazia poucas horas que o contrato com a ParkerGale havia sido assinado e ainda há poucas certezas sobre o quão profundo este investimento vai transformar a companhia. Historicamente, há experiências boas e ruins na indústria broadcast quando grupos de investimento tomam conta de empresas do setor, mas o sorriso dos fundadores Andy e Tara durante a entrevista mostram que há, pelo menos, muito otimismo e esperança de crescimento em tecnologia para seus clientes.
A EditShare não revelou o valor do negócio.