A Blackmagic Design revelou que o longa-metragem de 2003 “Perth”, captado originalmente em película Super 16 mm, foi digitalizado e restaurado recentemente com o Cintel Scanner e o software de edição, gradação, efeitos visuais (VFX) e pós de som DaVinci Resolve Studio. Ambientado em Singapura, o filme acompanha Harry Lee, um segurança de 51 anos que sonha em migrar para Perth, na Austrália, fugindo de uma vida difícil e com poucas oportunidades. Precisando de dinheiro para a mudança, ele inadvertidamente se envolve com o submundo de Singapura. Embora não tenha obtido sucesso comercial em 2003, o interesse renovado do Asian Film Archive em restaurar o filme para o público atual motivou o diretor Djinn a explorar as possibilidades. Djinn recorreu ao colorista e colaborador de longa data Shaley Brooks, da Iris Digital Post, para restaurar o filme antes da exibição no Heritage Screening em maio de 2023.
Brooks tinha pouco com que trabalhar quando começou o processo de restauração. “O Asian Film Archive tinha uma película de 35 mm que eles usavam para exibições, e isso era tudo que eles tinham no acervo”, disse Brooks. “O Archive perguntou ao Djinn se ele poderia fazer um DCP para que o longa pudesse continuar a ser exibido nos sistemas digitais atuais. Até então, a única cópia em vídeo era em Digital Betacam em PAL, que tinha um logotipo da produtora gravado. Acabamos usando essa fita como fonte de áudio.”
Brooks recorreu à casa de pós-produção DigitalFilm Tree, que lhe deu acesso ao Cintel Scanner. Com experiência em digitalização e telecinagem, Brooks percebeu que trabalhar com o Cintel Scanner era fácil. “O Cintel foi perfeito para esse projeto”, disse Brooks. “Gosto muito do formato de arquivo CRI porque o volume de dados não é enorme e a qualidade da imagem é ótima. Sinceramente, o escâner é bem fácil de usar. O carregamento do filme foi muito simples, e é bom contar com os roletes de transferência de partículas. Gosto de como a interface do escâner funciona no DaVinci. Ela parece uma parte do mesmo sistema, no qual já me sinto à vontade. Ou seja, não precisei aprender um novo software para começar a digitalizar.”
Embora os aspectos técnicos da digitalização do filme de 35 mm tenham corrido sem problemas, o fornecimento de duas fontes diferentes para imagem e áudio provou ser um desafio para Brooks em várias frentes. “Um dos maiores problemas foi o estado da película em comparação com o Betacam Digital em PAL que usamos como fonte de áudio”, acrescentou Brooks. “Na película, faltavam quadros no início e no fim de cada rolo. Tive que reduzir a velocidade de alguns planos para preencher as lacunas. Isso sem dúvida afetou a sincronização em alguns pontos.”
No DaVinci Resolve Studio, Brooks pôde tirar vantagem da ampla gama de ferramentas de restauração no aplicativo. “Como não tínhamos orçamento, precisava evitar tarefas monótonas e demoradas. Recorri à ferramenta de remoção de sujeira automática o máximo possível e, indo de plano a plano, consegui limpar as partes mais sujas do filme original. Usei a ferramenta de extração de poeira para limpar o grosso da sujeira, o que funcionou muito bem. E como o filme tinha cintilação em várias partes, usei a ferramenta Descintilador, que fui aplicando plano por plano”, explicou.
“Com a restauração usando tantas ferramentas que exigem muito do processador, para obter uma reprodução fluida no processo de revisão de cores, fiz a remoção automática de sujeira e a descintilação separadamente”, continuou. “Renderizei uma nova sequência em DPX mezanino com a descintilação e as correções de sujeira já aplicadas. Nessa etapa, também converti o sinal para um formato ACES. Com isso, consegui colorizar sem deixar o sistema lento. Quando encontrei problemas da primeira passagem que precisavam ser corrigidos, pude corrigir somente os quadros afetados e renderizar um novo quadro DPX para substituí-los.”
Além da cor, Brooks achou o amplo conjunto de ferramentas no DaVinci Resolve Studio útil para os problemas mais complicados. “Para tarefas como apagar grandes arranhões, usei o Fusion dentro do DaVinci, que tenho usado bastante recentemente”, explicou. “Agora, considero o Fusion uma peça importante da minha caixa de ferramentas. Como iniciante, foi fundamental tirar um tempo para aprender a usá-lo. Estou unindo os quesitos entre o tratamento de cores e VFX.”
Com vasta experiência na gradação de alguns dos maiores filmes e programas de TV da atualidade, Brooks tinha os conhecimentos técnicos para aplicar fluxos de trabalho modernos ao formato analógico em que “Perth” foi filmado. “Como não tínhamos nem o negativo nem o interpositivo, nosso contraste e sujeira causaram problemas, mas pude usar o fluxo de trabalho ACES para deixar a imagem do jeito que queríamos. As ferramentas primárias do DaVinci Resolve me ajudaram no resto”, concluiu Brooks.
Site relacionado: https://www.blackmagicdesign.com/
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