Por décadas, a Grass Valley foi sinônimo de tecnologia de ponta em broadcast, sustentando alguns dos workflows mais exigentes e críticos do setor em transmissões ao vivo de esportes e grandes produções de entretenimento. O nome da empresa é referência em centrais de controle, unidades móveis e centros de produção no mundo todo.
O que poucos sabem é que a Grass Valley também tem presença consistente no mercado de enterprise media há muitos anos, fornecendo ferramentas e plataformas que atendem desde comunicação corporativa e educação até governo e grandes eventos. Esse avanço surgiu de forma orgânica, como reflexo da força no broadcast. Nos últimos anos, porém, a empresa reconheceu o potencial do segmento e passou a adotar uma estratégia mais focada para expandir sua atuação nessa área.
As aplicações de enterprise media crescem rapidamente, impulsionadas pela necessidade das organizações de se comunicar e colaborar com o mesmo nível de qualidade e confiabilidade que o público espera do broadcast. Esses são mercados distintos, com dinâmicas próprias, e é justamente aí que estão os desafios e as oportunidades.
Da televisão para o enterprise
A transformação da Grass Valley, que passou de uma empresa centrada em hardware para um player ágil, baseado em soluções de mídia definidas por software, abriu novas possibilidades. A experiência adquirida em workflows escaláveis de broadcast agora é aplicada também ao universo do enterprise media.
Eventos como a ISE 2025 ajudaram a refinar a visão da empresa sobre esse setor. A interação com clientes e o contato com o ecossistema de tecnologia demonstraram que feiras como ISE e InfoComm são tão relevantes para o enterprise AV quanto NAB e IBC para o broadcast. Esses eventos serão estratégicos em 2026, quando a Grass Valley planeja apresentar uma oferta mais estruturada para enterprise, unindo a tradição do broadcast a soluções voltadas às necessidades específicas desse mercado.
Diversos mercados, múltiplas realidades
Um dos primeiros aprendizados é que enterprise media não é um mercado único, mas sim um conjunto de segmentos que incluem empresas, universidades, igrejas, eventos ao vivo, governo e saúde. Cada um possui requisitos técnicos, modelos de uso, ciclos de compra e métricas próprias de sucesso.
No broadcast, o valor de uma produção está diretamente ligado à receita, seja por publicidade, patrocínio ou assinatura. Já no enterprise, os objetivos são diferentes, mas igualmente estratégicos. Uma reunião corporativa que envolva milhares de colaboradores, por exemplo, não gera receita, mas exige clareza e engajamento para justificar o tempo e o investimento dedicados.
Os níveis de capacitação técnica também variam. Uma equipe de mídia universitária tem demandas distintas de um departamento de comunicação corporativa ou de uma produção religiosa. Por isso, não há espaço para soluções genéricas.
Tecnologia de broadcast adaptada ao enterprise
O objetivo da Grass Valley não é simplesmente transferir produtos de broadcast para ambientes corporativos, mas adaptá-los. Isso significa oferecer interoperabilidade entre padrões de ambos os mundos, interfaces simples de operar, APIs de integração, plataformas unificadas que reduzam a fragmentação, eficiência energética alinhada a metas de sustentabilidade, modelos de implantação flexíveis e integração nativa com plataformas como Zoom e Teams. Também estão em pauta novos formatos de financiamento, que conciliam capex e opex conforme os padrões de utilização de cada cliente.
Os próximos passos da Grass Valley no enterprise
A empresa está desenvolvendo soluções que mantêm a confiabilidade do broadcast, mas projetadas para a realidade do enterprise. Uma das prioridades é simplificar a integração, hoje considerada um dos maiores desafios para equipes de AV corporativo. Muitas vezes os sistemas são compostos por tecnologias de diferentes fornecedores, unidas por customizações e soluções improvisadas, resultando em estruturas frágeis e caras de manter. Ao entregar plataformas unificadas e abertas, a Grass Valley busca reduzir custos, riscos e complexidade.
Mercados paralelos, inovação compartilhada
A convergência entre broadcast e enterprise é cada vez mais evidente. Eventos corporativos ganham formato de programas de TV, universidades mantêm canais de streaming e igrejas realizam transmissões multicâmera comparáveis a shows profissionais. Embora os contextos de negócio sejam distintos, a exigência de qualidade é comum.
Para fornecedores como a Grass Valley, isso significa não apenas adaptar soluções, mas repensá-las para atender a diferentes modelos de operação. A empresa enxerga no enterprise não um segmento secundário, mas uma área estratégica de crescimento, onde a experiência no broadcast serve de base e a inovação orientada ao futuro determinará o sucesso.
A Grass Valley já transformou seu negócio para o mundo do broadcast e agora aplica as mesmas competências para impulsionar o enterprise media. As oportunidades estão abertas, os mercados estão em expansão e a empresa se posiciona para crescer junto com eles.
Site relacionado: https://www.grassvalley.com/
Fonte: Artigo de Jonathan Lyth, Diretor de Produto, Mídia Corporativa.
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