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Peter Frampton celebra 50 anos de Frampton Comes Alive! e fala sobre criação e controle em estúdio com controladores SSL

Peter Frampton aposta nos controladores da série U para transformar gravações estéreo e mixes imersivos em parte central do seu processo criativo

Por Ricardo Batalha

Às vésperas do aniversário de 50 anos de Frampton Comes Alive!, clássico álbum duplo ao vivo lançado em 1976, Peter Frampton finaliza um novo disco de estúdio com material inédito que marca essa trajetória histórica. Assim como em trabalhos recentes, o projeto foi produzido com equipamentos da Solid State Logic, desde o console SSL 4000G de 64 canais instalado no Studio Phenix, estúdio pessoal do artista, até os controladores DAW da série U, usados tanto pelo produtor, engenheiro e mixer Chuck Ainlay quanto no estúdio caseiro de Frampton.

O músico adquiriu três controladores da série U há alguns anos, um UC1 para controle de plug-ins e dois UF8 de oito canais. No mesmo período, Ainlay montava sua estrutura para mixagem em Dolby Atmos e, ao observar a forma como Frampton havia criado um console SSL virtual, decidiu integrar o UC1 ao seu setup. A partir daí, o produtor passou a usar o UC1, múltiplos UF8 e o software SSL 360° para criar, em parceria com Frampton, a versão imersiva de Frampton Comes Alive!, desenvolvida a partir do master estéreo original gravado em dezembro de 1975 e relançado em março de 2024.

Mesmo sem atuar tanto na mixagem quanto Ainlay, Frampton participa ativamente do processo. Ele costuma enviar mixes preliminares para o parceiro, como referência do que imagina para cada faixa. Parte significativa da pré-mixagem do novo álbum foi feita por ele, participação que acabou reconhecida nos créditos como engenheiro e mixer.

Desde o diagnóstico, em 2019, de miosite por corpos de inclusão, doença muscular degenerativa que afeta a destreza, Frampton passou a desenvolver grande parte das ideias musicais em casa. Os controladores UF8 se tornaram ferramentas centrais para compor e arranjar partes de guitarra e piano. O músico mantém uma estrutura doméstica que funciona como um segundo estúdio, com sala dedicada à música, armários de amplificadores e até o piano de cauda posicionado na sala de estar, ambiente onde ele também grava muitos solos.

O controle direto sobre sessões extensas é outro ponto destacado por Frampton. O Channel Encoder do UF8 permite navegar rapidamente entre dezenas de pistas, algo essencial em produções atuais com grande número de canais. Para processamento, ele recorre com frequência aos plug-ins Bus Compressor 2 e aos Channel Strips 4K E e 4K G, que reproduzem sonoridades com as quais se acostumou ao longo da carreira.

O processo de gravação, segundo ele, exige hoje mais tempo do que no passado, mas mantém a mesma filosofia criativa. Frampton costuma gravar múltiplas tomadas, fazer seleções e composições a partir dessas performances, sempre em busca do momento certo. Em muitos casos, esse momento surge em uma única pista, sem necessidade de edições extensas.

A inspiração para o novo material surgiu durante as sessões de Frampton Forgets the Words, álbum instrumental lançado em 2021 e gravado tanto no Studio Phenix quanto em sua casa. Algumas das músicas compostas naquele período evoluíram e deram origem ao novo trabalho, o 19º álbum de estúdio do artista e o primeiro com canções inéditas desde Thank You Mr. Churchill, de 2010. A produção é assinada por Frampton em parceria com Chuck Ainlay.

A forma de compor segue essencialmente analógica. Frampton escreve primeiro no violão, na guitarra elétrica ou no piano antes de recorrer ao computador. A partir daí, começa a estruturar os arranjos digitalmente, tocando partes inteiras ou organizando seções específicas. Para ele, os controladores SSL fizeram diferença decisiva nesse fluxo de trabalho, permitindo foco total na criação.

Após essa etapa, os músicos gravam suas contribuições no estúdio, substituindo as partes criadas inicialmente em casa. Algumas faixas foram registradas ao vivo com a banda completa, enquanto outras contam com participações variadas, estratégia adotada para diversificar a sonoridade do álbum.

O disco, intitulado Carry the Light, tem lançamento previsto para 10 de abril de 2026, data que marca os 50 anos de Frampton Comes Alive! no topo da Billboard 200. O álbum original vendeu milhões de cópias, gerou sucessos como Show Me The Way, Do You Feel Like We Do e Baby, I Love Your Way, e permanece como um dos discos ao vivo mais vendidos da história. Ao longo da carreira, Frampton acumulou prêmios, incluindo Grammy, homenagens técnicas e entradas em importantes halls da fama, além do lançamento de sua autobiografia em 2020.

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