Importantes nomes da radiodifusão brasileira estiveram reunidos em seminário online sobre os principais desafios, expectativas e ações em andamento para a nova geração da TV 3.0
Os caminhos da TV digital no Brasil foram tema de debate durante o SET eXperience, encontro virtual promovido pela Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET), que contou com a participação do presidente da ABERT, Flávio Lara Resende, do secretário de Radiodifusão do Ministério das Comunicações, Maximiliano Martinhão, do presidente do Fórum SBTVD, Luiz Cláudio Costa, e do presidente da Abratel, Márcio Silva Novaes. A mediação foi feita pelo presidente da SET, Carlos Fini.
O presidente da ABERT considera o projeto da TV 3.0 de fundamental importância para a televisão aberta se manter competitiva e forte. Para Flávio Lara Resende, essa evolução tecnológica trará avanços significativos, melhorando em muito a experiência de emissoras e do telespectador. “As emissoras de televisão poderão se beneficiar em seus modelos comerciais, direcionando, além da programação segmentada por geografia, conteúdo e publicidade para audiências específicas, com base na massa de dados obtida e na criação de perfis individuais dos usuários”, afirmou.
Resende elogiou a condução pelo Fórum SBTVD e o apoio do Ministério das Comunicações na etapa de testes e lembrou que existem vários desafios, em especial no que diz respeito à canalização. “Temos uma faixa remanescente de UHF, que está amplamente ocupada pelos canais digitais atuais”, explicou. Ele reforçou que o diálogo com o setor é muito importante para se construir um arcabouço regulatório simétrico, que assegure lugar à inovação e que atenda às expectativas e necessidades da sociedade e da radiodifusão. “A ABERT tem grande experiência em trabalhos dessa natureza e aportou muito desse conhecimento no processo de digitalização da TV aberta. Estamos e permaneceremos à disposição para contribuir nessa nova etapa”.
O presidente da ABERT ressaltou ainda que numa próxima etapa haverá a necessidade de se discutir uma regulamentação específica para dar sustentação à introdução dessa nova geração de TV.
Já o secretário de Radiodifusão do Ministério das Comunicações (MCom), Maximiliano Martinhão, destacou a criação de uma área específica voltada para a inovação e o futuro da televisão e da radiodifusão. “Tivemos a oportunidade de fazer a demonstração de duas tecnologias que podem vir para o sistema de televisão 3.0, que foi o áudio imersivo, e a televisão 4k e 8K, com imagens de altíssima qualidade. Isso tudo porque nós temos a convicção de que as comunicações estão passando por uma transformação e evolução tecnológica. É importante que a televisão se prepare para todos os processos, como internet, 5G, inteligência artificial, que estão acontecendo em paralelo com o futuro”, ressaltou.
Sobre o modelo de negócios, Martinhão acredita que a TV 3.0 é uma evolução tecnológica com impactos positivos no sentido de trazer novas opções para os radiodifusores, como geração de receita, oferta de serviço, melhoria da qualidade e da experiência do usuário. “Temos a visão de que a televisão vai continuar sendo relevante, e teremos bastante oportunidade a ser explorada por meio da televisão 3.0, em função da flexibilidade que ela traz e diferentes alternativas tecnológicas”, complementou.
Site relacionado: https://setexperience.org.br/
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