Durante o festival All Points East, em Londres, a empresa de áudio Patchwork London foi responsável por fornecer um sistema sem fio capaz de atender simultaneamente à banda principal e à orquestra do artista Barry Can’t Swim. O desafio envolvia operar dezenas de canais em um espectro de rádio congestionado, em um ambiente de alta pressão e grande visibilidade, exigindo confiabilidade total, monitoramento centralizado e controle flexível.
O projeto de RF foi elaborado para funcionar com dois sistemas de monitores independentes, um dedicado à banda e outro à orquestra, que precisavam operar de forma simultânea e estável. Com o evento sendo realizado ao ar livre, em pleno feriado de verão no centro de Londres, a coordenação de espectro e o posicionamento das antenas foram fatores decisivos. Diversidade espacial, redundância e otimização do monitoramento garantiram um desempenho livre de interferências durante todo o show.
Segundo Chris Parker, gerente sênior de projetos da Patchwork, o design do sistema foi pensado para atender às exigências criativas do espetáculo. “A orquestra precisava entrar e sair do palco várias vezes durante o show, o que exigia uma solução totalmente sem fio. Já conhecíamos o Axient Digital PSM por experiências anteriores com outros artistas, e sabíamos do seu potencial. Além da qualidade de áudio superior, precisávamos de algo que nos transmitisse confiança em termos de estabilidade e flexibilidade. No modo digital wideband, o Axient Digital PSM é capaz de agrupar 40 mixagens estéreo em uma faixa de 8 MHz, além de combinar até 32 canais em um único Shure AD8C-Port Antenna Combiner. Com os transmissores quádruplos ADTQ Wireless Quad Transmitters, economizamos espaço no rack, e o amplo intervalo de sintonia, de 470 a 636 MHz, permite trabalhar com tranquilidade no Reino Unido e em outros países.”
A estrutura foi planejada para ser modular e adaptável, já que o artista seguiria em turnê após o festival. A Patchwork utilizou o sistema de monitores in-ear digital Axient Digital PSM da Shure, integrado ao software Wireless Workbench (WWB) e ao ShowLink, que possibilita controle remoto e monitoramento em tempo real. O primeiro sistema, voltado à banda, contava com 16 mixagens estéreo e oito microfones, incluindo modelos Shure AD2 com cápsulas KSM9 para vocais convidados e AD2 com BETA 58, além de recursos de comunicação Push-To-Talk para o stage manager e equipe técnica. O segundo sistema, dedicado à orquestra, operava com 22 mixagens mono, 20 microfones e bodypacks AD1.
As antenas foram configuradas com diversidade espacial de banda larga, utilizando antenas helicoidais elevadas no sistema da orquestra e uma antena direcional Shure PA805 posicionada próxima às seções de cordas e metais. O Axient Digital PSM permitiu o uso simultâneo de múltiplas antenas com inversão de fase no sinal de RF, minimizando zonas de sombra e garantindo cobertura estável. As duas estruturas de monitores empregaram antenas omnidirecionais UA860 para mixes de retorno e playback.
O controle do sistema foi feito via Wireless Workbench, que forneceu coordenação de frequências e análise espectral em tempo real, fundamentais em um ambiente com espectro limitado. O ShowLink possibilitou sincronização remota de bodypacks, monitoramento de bateria e níveis de volume, além da capacidade de alterar frequências durante o show, se necessário. “Ter tudo visível em uma única interface nos deu agilidade para agir imediatamente em caso de qualquer ajuste”, afirmou a engenheira de monitores Jane Datony. “Em um ambiente tão saturado de RF como o All Points East, essa capacidade de monitoramento remoto foi um diferencial enorme.”
A operação foi conduzida por uma equipe formada por Greg Smart (engenheiro de PA), Jane Datony (engenheira de monitores da banda), Med Rann (engenheiro de monitores da orquestra), Ryan Lowe (técnico de RF) e Jon Lewis (técnico de áudio). “O Axient Digital PSM e as ferramentas de software da Shure nos deram controle total em um ambiente que poderia ser extremamente desafiador. A possibilidade de alternar entre transmissão analógica e digital amplia nossa flexibilidade em diferentes situações. Além disso, o áudio é excelente e o design do bodypack ADXR é uma evolução significativa”, destacou Ryan Lowe.
Após o festival, parte do sistema foi incorporada à turnê de Barry Can’t Swim, com reutilização dos bodypacks da orquestra, troca de antenas e rápida reconfiguração dos dispositivos, garantindo consistência de desempenho em locais diferentes sem necessidade de reconstruir toda a estrutura.
Jack Drury, da equipe de Desenvolvimento de Mercado e Relações com Artistas e Entretenimento da Shure UK, acompanhou os testes e a implantação e destacou: “Este projeto mostra exatamente por que o Axient Digital PSM é a escolha ideal para aplicações complexas de RF. A capacidade de operar um sistema dual em um festival e depois adaptá-lo para uma turnê demonstra a escalabilidade e confiabilidade das soluções da Shure. A implementação feita pela Patchwork é um ótimo exemplo de engenheiros explorando todo o potencial da tecnologia.”
Site relacionado: http://www.shure.com/
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