Com o lançamento do vídeo original do YouTube “Stranded On Treasure Island” em 2019, o cineasta, mágico e personalidade da internet Zach King prometeu aos fãs que produziria uma sequência se o filme tivesse mais de 250 mil curtidas. Não demorou muito para chegar a 810 mil curtidas e 18 milhões de visualizações; então, “Stranded 2” entrou em pré-produção logo depois, sob comando do produtor, diretor e roteirista Josh Fapp.
O filme original, que segue King e seu amigo Nate em uma busca mágica pelo ouro perdido de Calico Jack na Ilha do Tesouro, era uma história muito menor, mas a intenção era trazer um escopo muito maior e de maior valor de produção para a sequência. “Sempre dá medo fazer uma sequência de um vídeo de sucesso”, disse Fapp. “Desde o início, nos perguntamos o que poderíamos fazer para que ele fosse tão bom ou melhor.”
A ideia era continuar exatamente de onde o primeiro filme parou, com King e Nate sendo capturados por piratas. “Seria incrível ter um navio pirata de verdade! E com uma luta de espadas de Zach e Nate! E se houvesse um artefato que transformasse tudo o que fosse tocado em ouro?! A primeira coisa que decidimos foi trazer o diretor de fotografia William Hellmuth, que havia rodado o primeiro filme. William é um diretor de fotografia incrível e fiquei muito feliz em tê-lo no projeto”, disse Fapp.
Hellmuth escolheu gravar com a câmera digital cinematográfica Blackmagic URSA Mini Pro 12K em 8K e utilizou a câmera digital cinematográfica Blackmagic URSA Mini Pro 4.6K como câmera B. “Escolhi a 12K por vários motivos”, disse Hellmuth. “Primeiro, gosto muito da ciência das cores. Segundo, sou louco pelo formato de gravação Blackmagic RAW. Ele é nítido, extremamente eficiente e sempre dá muita liberdade na pós-produção. E, por último, eu sabia que a 12K era ergonômica e que isso ajudaria muito em uma filmagem como essa, em que nos movimentávamos muito rapidamente em algumas configurações que, por vezes, não eram muito fáceis de filmar.”
Antes de filmar, Fapp e Hellmuth contrataram o colorista Wes Langdon para desenvolver uma LUT personalizada para a produção criada no software de edição, gradação, efeitos visuais (VFX) e pós-produção de áudio DaVinci Resolve Studio. A inspiração para o visual veio de clássicos como “Piratas do Caribe” e “Os Goonies”, além de “A Forma da Água” para uma sequência subaquática importante. “Fazia muito tempo que eu não via “Piratas do Caribe”, acrescentou Hellmuth. “Foi muito divertido assisti-lo agora que sou adulto e ver o belo trabalho que o cinegrafista Dariusz Wolski fez no filme e tentar se inspirar nele. A fotografia de Dariusz captou o céu e a água muito bem, dando uma aparência bela e diferente, com muitos detalhes preservados nas nuvens, por exemplo. Eu queria expor especificamente para extrair esses elementos do ambiente.”
A produtora Julianna Ulrich gostou das câmeras que Hellmuth escolheu por causa da vantagem logística de um sistema ágil e de alta qualidade. “A 12K foi perfeita não apenas pela bela qualidade de imagem, mas também pela versatilidade, pois filmamos um navio pirata, depois uma caverna, depois uma praia, depois uma poça de maré onde tivemos que chegar fazendo uma trilha trazendo os equipamentos, tudo com uma equipe pequena na correria”, disse Ulrich. “Gravamos cenas de luta e enormes configurações VFX, e a 12K foi perfeita em todas as situações.”
Embora o formato de gravação não tenha sido uma escolha consciente para Ulrich, ela enxergou o valor do Blackmagic RAW. “As filmagens no navio pirata foram um desafio”, acrescentou Ulrich. “Tivemos que esperar as nuvens passarem para filmar novamente e tínhamos pouco tempo para gravar a cada vez para combinar com a luz. No final do dia, também perdíamos luz conforme o sol se punha. Porém, na gradação final, você nunca diria que a filmagem ocorreu em dois dias com climas e luzes solares muito diferentes.”
Langdon também ficou satisfeito com o Blackmagic RAW. “Ele tem muita profundidade, é eficiente e ainda assim você tem muito controle na guia Blackmagic RAW no Resolve. Eles foram feitos para serem usados juntos. Além do mais, é um dos poucos formatos de câmera originais nos quais geralmente posso trabalhar sem proxies”, disse Langdon. “Há muitos planos no filme com contraste muito alto e luz diurna externa que muda constantemente. Nunca dá para corrigir perfeitamente o nublado de acordo com a luz solar direta, mas, com o Blackmagic RAW, tenho liberdade quanto à gama para tirar o máximo proveito do plano sem grandes dificuldades. Ele também tem uma das compactações mais bonitas que já vi.”
A produção enfrentou desafios que demandavam criatividade em vez de dinheiro. A sequência subaquática, em que a Capitã Pirata Blackwell foi afundada por sua bota dourada enquanto está chegando à superfície, foi particularmente complexa. Hellmuth e sua equipe criaram um sistema seco para molhado que simulava perfeitamente o efeito subaquático. “Foi um equipamento muito improvisado, filmado completamente seco, que tinha garrafas de água meio cheias penduradas em baixo de luzes e balançadas para frente e para trás, muita neblina e alguns sopradores de folhas. Mas, no final, depois que adicionamos algumas bolhas na pós-produção, fiquei muito feliz com o visual”, disse Hellmuth.
Na pós-produção, Landgon conseguiu retrabalhar as imagens para obter o look final. “A LUT foi feita enquanto eu estava trabalhando em uma configuração sem gerenciamento de cores, então eu basicamente reconstruí o PowerGrade usando a LUT que enviei ao Will meses atrás como referência, tentando me lembrar do que fiz”, disse Langdon. “No final, a imagem ficou muito mais detalhada e cheia de nuances, então deu tudo certo. Eu tento manter um toque leve e amplo e pensar mais fotograficamente, mas, às vezes, você só precisa entrar lá com o bisturi!”
Para toques mais específicos, Langdon utilizou suas ferramentas favoritas do DaVinci Resolve Studio, incluindo a Máscara Mágica. “É uma ótima maneira de pegar uma máscara facial rápida e nítida para elementos como tons de pele ou aperfeiçoamento de beleza”, acrescentou Langdon. “Além disso, quando quero fazer mudanças sutis de matiz, acabo recorrendo ao distorcedor de cores antes de usar as curvas, porque eu posso fazer ajustes mais finos na imagem. Com ele, fica bem mais difícil passar do ponto ideal.”
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