A indústria de pós-produção está passando por uma transformação significativa. Com a crescente pressão para fazer mais com orçamentos cada vez mais apertados, mantendo boas condições de trabalho e resultados de alta qualidade, as produtoras estão repensando seus fluxos de trabalho. A solução cada vez mais evidente está nas plataformas em nuvem, que oferecem não apenas economia de custos, mas também novos níveis de flexibilidade criativa. Essa evolução não se trata apenas de atualizar tecnologia; é sobre reimaginar fundamentalmente como a pós-produção pode operar.
A produtora The Finish Line, liderada por Zeb Chadfield, está na vanguarda dessa mudança, desafiando práticas ultrapassadas com fluxos de trabalho em nuvem. Respeitado por sua habilidade técnica, Chadfield tem defendido uma abordagem mais colaborativa e flexível para a pós-produção. Utilizando as ferramentas baseadas na nuvem do DaVinci Resolve Studio com a produtora Filmworks, a The Finish Line demonstrou como a colaboração perfeita, independentemente da localização, pode transformar fluxos de trabalho tradicionais.
O modelo tradicional de pós-produção segue uma estrutura linear e rígida: primeiro a edição, depois o corte final, seguido de gradação e outras tarefas de finalização. Esse modelo fazia sentido em uma época em que os prazos eram menos exigentes e as ferramentas eram mais limitadas. Hoje, no entanto, orçamentos apertados, prazos mais curtos e expectativas mais altas expõem suas ineficiências, muitas vezes resultando em cronogramas apertados, decisões apressadas e pressões financeiras.
Pete Wilson, artista de finalização da The Finish Line, captura bem essa frustração: “‘Precisamos adiar a finalização; ainda não aprovamos o corte final’! Essa frase temida se tornou muito comum na pós-produção, frequentemente desencadeando um coro de desespero dos produtores de pós enquanto revisam freneticamente a versão 56 do cronograma, enquanto a equipe de finalização lida com a pressão de condensar três dias de trabalho em apenas metade desse tempo. Inevitavelmente, isso leva a noites mal dormidas e a expressões preocupadas dos produtores ao verem os orçamentos da finalização saírem do controle”, explica Wilson.
Rompendo limites
A The Finish Line redefiniu o processo de pós-produção com a Filmworks no projeto “Acts of the Apostles” ao adotar as ferramentas de colaboração em nuvem do DaVinci Resolve Studio. Os resultados foram transformadores. Editores, coloristas e diretores trabalharam simultaneamente na mesma linha de tempo, com proxies armazenados na nuvem, permitindo atualizações em tempo real e eliminando ineficiências.
“Uma das coisas que mais se destacou foi a fluidez da colaboração”, observa Wilson. “Tínhamos pessoas espalhadas por três continentes; uma na Austrália, uma no Reino Unido e outra nos Estados Unidos. Normalmente, isso significaria intermináveis idas e vindas, versões desatualizadas e muitos e-mails enviados tarde da noite. Mas, dessa vez, era como se estivéssemos todos na mesma sala de edição. Atualizações em tempo real significavam que, quando os editores ajustavam um take, eu via imediatamente. Isso evitou muitos problemas. Foi uma melhoria incrível na eficiência, quase inédita na pós-produção.”
Ao adotar esse fluxo de trabalho, a The Finish Line e a Filmworks puderam começar a gradação cedo, mesmo enquanto os cortes iniciais ainda estavam sendo feitos. “Começar cedo nos permitiu para focar nos aspectos criativos. Afinal, é por isso que estamos nessa indústria”, reflete Wilson. “Tivemos a liberdade de experimentar o visual, sabendo que tínhamos tempo para explorar. Isso também significava que seções onde a edição poderia influenciar nossas decisões de gradação permaneciam flexíveis. O diretor podia ajustar a edição para alinhar com as ideias que desenvolvemos durante a gradação, e vice-versa. Isso promoveu uma experiência mais colaborativa, resultando em um produto final muito mais interessante e aprimorado.”
Equilibrando eficiência e criatividade
Para Ben Hilton, diretor da Filmworks em projetos recentes com a The Finish Line, a eficiência de completar a pós-produção de imagens no DaVinci Resolve Studio foi transformadora. “Como cineasta, estou sempre buscando as melhores e mais eficientes ferramentas disponíveis, então nossa transição para uma pipeline completa com o Resolve tem sido essencial para nós. Todos queremos o máximo de tempo possível para sermos criativos, então qualquer fluxo de trabalho que simplifique o processo e permita mais liberdade criativa é inestimável”, explica Hilton.
Hilton reflete sobre o processo colaborativo: “Trabalhar com a The Finish Line tem sido incrível. Eles não são apenas visionários, mas genuinamente abertos a todas as ideias que trazemos. Em ‘Apostles’, tínhamos editores colaborando na nuvem de três continentes diferentes, integrados de forma perfeita ao processo de pós-produção.”
“Essa abordagem nos permitiu adicionar colaboradores de qualquer lugar do mundo, em qualquer etapa, tornando o processo verdadeiramente não linear. Não se trata apenas de edição; cada parte do processo de pós-produção pode ocorrer exatamente quando faz mais sentido. Por exemplo, podemos começar a gradação de entrevistas durante os cortes iniciais, mantendo a consistência até a finalização, mas ainda com a flexibilidade de refiná-las conforme necessário”, observa.
“É o equilíbrio perfeito entre liberdade criativa e eficiência, com economias de infraestrutura que se traduzem diretamente em mais tempo criativo e um resultado final de maior qualidade”, acrescenta.
Utilizando o sistema de monitoramento remoto do DaVinci Resolve Studio, Hilton pôde participar das sessões de gradação diretamente de casa, revisando looks em um iPad calibrado enquanto acompanhava a edição offline. Essa abordagem permitiu revisões detalhadas muito antes da equipe se reunir presencialmente, reduzindo o tempo gasto em logística técnica e maximizando o refinamento criativo.
Um divisor de águas na pós-produção
Para Chadfield, os fluxos de trabalho em nuvem representam mais do que uma evolução técnica; eles sinalizam uma mudança necessária na indústria. “Estamos em um momento de transformação”, reflete ele. “Plataformas em nuvem e fluxos de trabalho integrados não são apenas conveniência; são uma questão de sobrevivência em um ambiente onde os orçamentos estão mais apertados, mas as expectativas são maiores do que nunca. A Blackmagic está se destacando onde outras falharam, ao implementar ferramentas em nuvem que geram um impacto altamente positivo, sem impor restrições à localização das instalações ou dos usuários.”
“Um ótimo exemplo disso são suas ferramentas baseadas em IA, que funcionam totalmente no dispositivo. Essa abordagem oferece toda a funcionalidade necessária offline, enquanto ainda permite expandir e operar nacional ou globalmente utilizando a nuvem. O DaVinci Resolve e a Blackmagic Cloud não são apenas ferramentas; são o meio de repensar como trabalhamos criativa e colaborativamente”, acrescenta Chatfield.
Wilson ecoa esse sentimento, enfatizando que a abordagem vai além de economizar tempo ou dinheiro. “Não se tratava apenas de fazer as coisas mais rápido. Era questão de melhorar a qualidade do nosso trabalho. Ao integrar todas as etapas da pós-produção em um único fluxo de trabalho, tivemos mais liberdade para focar no que realmente importava: a narrativa.”
A experiência da The Finish Line com “Acts of the Apostles” é um exemplo claro do potencial dos fluxos de trabalho em nuvem. À medida que a indústria evolui, adotar essas abordagens modernas será essencial para prosperar em um cenário de produção cada vez mais exigente.
Site relacionado: https://www.blackmagicdesign.com
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