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Ultimatte transforma os efeitos visuais de Ataque de Tubarão 360

Little Shadow montou um cenário de estúdio virtual para a série documental do Disney+ usando Ultimatte, DaVinci Resolve Studio e Unreal Engine

Por Ricardo Batalha

“Ataque de Tubarão 360” se aprofunda na realidade do comportamento dos tubarões, investigando porque eles mordem humanos. A série de oito episódios de 60 minutos do Disney+ foi lançada como parte do Sharkfest da National Geographic, combinando evidências, relatos pessoais e efeitos visuais (VFX) de última geração para explorar as causas dos ataques de tubarão.

A produtora londrina Arrow Media trabalhou com o estúdio VFX Little Shadow para os gráficos e VFX 3D, o que incluiu a criação de tubarões virtuais interativos e de um laboratório em 360 graus para demonstrar o movimento e a anatomia dos animais.

Encontrar a locação de filmagem ideal foi crucial para elevar a qualidade das imagens da segunda temporada. “Achamos o Collins’ Music Hall em Islington, um teatro subterrâneo incrível que nunca foi finalizado. Era o espaço perfeito para construir o laboratório de tubarões virtual em 360, usando imagens de ação real e imagens geradas por computador (CGI)”, disse o diretor Simon Percy.

“Para começar, usamos a varredura do sistema LiDAR para criar um modelo 3D do local para planejar e mensurar o projeto”, explicou Percy. “Essa réplica digital do local permitiu planejar e pré-visualizar meticulosamente, garantindo que cada plano pudesse ser elaborado com antecedência, ajudando a simplificar tanto as filmagens quanto a edição.”

Embora o local pudesse atender aos requisitos visuais, a sua falta de isolamento acústico e layout apresentaram desafios. “Tudo tinha eco, e qualquer som do kit era amplificado, o que nos obrigou a instalar nossos equipamentos principais longe do chão do cenário, o que exigiu a transmissão de um sinal 4K por uma distância de 110 metros e quatro andares usando um cabo BNC”, explicou.

Em vez de usar um volume LED tradicional, a Little Shadow utilizou uma combinação personalizada de sistemas e ferramentas comerciais para facilitar o chaveamento de tela verde, rastreamento de câmera e monitoramento ao vivo. Percy trabalhou em estreita colaboração com o artista VFX sênior Lucas Zoltowski e o diretor de fotografia da série, Matthew Beckett, na engenharia dos equipamentos.

“Precisávamos de uma solução flexível para captar o conteúdo ao vivo e integrar os ativos de CGI, que eram reproduzidos em um sistema de produção virtual (VP) e ofereciam feedback visual instantâneo. Isso era essencial para construir o cenário subaquático imersivo”, observou Percy.

A caixa de transporte foi projetada para um computador personalizado executando o Unreal Engine e o processador de composição 4K em tempo real Ultimatte 12 para o chaveamento ao vivo. O gerenciamento de sinais era realizado por um roteador Blackmagic Videohub 20×20 12G, à medida que decks broadcast HyperDeck Studio 4K Pro eram usados para gravação e reprodução. “Isso foi crucial para tomarmos decisões em tempo real no set e para avaliação imediata das imagens, assegurando tomadas e ajustes ideais”, disse Percy.

“Para dar vida às cenas subaquáticas, usamos uma tela verde e o Ultimatte, que nos permitiu integrar os elementos virtuais em 3D às cenas usando realidade aumentada (AR). Isso possibilitou que a apresentadora interagisse como os tubarões em tempo real, criando uma experiência de visualização mais envolvente”, continuou.

Um dos maiores desafios encontrados durante a produção foi o gerenciamento dos movimentos de câmeras elaborados necessários para a produção híbrida. O processo exigia rastreamento e rotoscopia minuciosos para combinar perfeitamente as imagens ao vivo com os cenários virtuais, especialmente os detalhes finos como cabelos e as interações mais próximas com os tubarões virtuais.

“O Ultimatte foi fundamental para o chaveamento de tela verde ao vivo, pois guiava os movimentos de câmera com base nos elementos virtuais no plano, garantindo que todos no set pudessem ver tudo em tempo real. Ele nos deu mais espaço para experimentar as possibilidades criativas de cada cena e, ao mesmo tempo, assegurava que estávamos todos na mesma página ao passar para a pós-produção”, explicou Percy.

Mas, nem todos planos e correções envolveram uma tela verde. “As ferramentas baseadas em IA do DaVinci Resolve Studio, como a Máscara Mágica para a rotoscopia, se mostraram muito eficientes nessas situações. Estamos explorando cada vez mais o uso do DaVinci Resolve Studio e do Fusion, porque estamos trabalhando em mais projetos desse tipo. Ele é incrivelmente rápido em termos de EXRs e é tudo acelerado por GPU, o que é impressionante. Nesse projeto, o software foi instrumental na definição dos aspectos visuais e ajudou a tornar a ação real e os efeitos CGI indistinguíveis”, ele concluiu.

Site relacionado: https://www.blackmagicdesign.com/

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