Vice-presidente da Câmara dos Deputados foi o convidado do AESP Talks, encontro online promovido pela Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado do São Paulo
A flexibilização do programa A Voz do Brasil, fiscalização trabalhista, propaganda eleitoral e fake news, e o cenário da pandemia para a radiodifusão foram assuntos abordados pelo vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcos Pereira (PR/SP), convidado para participar do AESP Talks, encontro online promovido pela Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado do São Paulo.
Para Marcos Pereira, o momento é delicado e requer reflexão, além de ações proativas dos governantes e das autoridades públicas, principalmente diante das mais de 72 mil mortes causadas pela COVID-19 e o agravamento da situação econômica com altos índices de desemprego. “O governo federal fez o que podia fazer, mas poderia ter feito melhor. A troca de ministros, ao meu ver, não foi uma boa diante do cenário que estamos enfrentando”.
Apesar da crise sanitária, o vice-presidente da Câmara dos Deputados destacou o papel do Parlamento brasileiro. “Tive acesso a um jornal da Índia que citou o nosso Congresso como um exemplo a ser seguido pelo fato de estarmos em pleno funcionamento, mesmo que virtualmente”, contou. Pereira ressaltou as aprovações de duas propostas de emenda constitucional. A PEC 10/2020, que criou o chamado Orçamento de Guerra e concede mais liberdade ao Poder Executivo para manejar os recursos durante a pandemia, e a PEC 18/2020, que determina o adiamento das eleições.
Voz do Brasil
Marcos Pereira afirmou ver com “bons olhos” uma maior flexibilização da Voz do Brasil, mas com ressalva. “A grande preocupação de alguns parlamentares é colocar a exibição do programa em horários de pouca audiência. É preciso debater o assunto e ter bom senso já que, em algumas regiões como Norte e interior do Nordeste, essa é uma das poucas formas de acesso da sociedade a conteúdos e informações sobre os três Poderes”, disse.
Propaganda eleitoral
Para Marcos Pereira, houve uma mudança nas regras eleitorais com a possibilidade de inserções partidárias, o que é diferente de propaganda eleitoral. Em sessão conjunta, o Congresso Nacional manteve o veto do presidente Jair Bolsonaro à retomada das propagandas partidárias gratuitas na televisão e no rádio. “Eu entendo que deveria ser permitido já que isso é feito nos jornais e redes sociais, por exemplo. Mas, alguns partidos menores entendem que estão em desvantagem em relação aos maiores, que teriam mais condições de adquirir esses espaços”.
Fake news
Marcos Pereira contou que tem acesso a diversas pesquisas sobre fake news, algumas encomendadas por seu partido, que mostram como as pessoas estão cada vez mais preocupadas com a veracidade das notícias. A maioria procura consumir informações checadas e de credibilidade veiculadas nos veículos mais tradicionais como o rádio e TV.
“Trata-se de um fenômeno mundial (fake news) que está deixando a sociedade em alerta, mas é uma questão de educação que deve ser feita paulatinamente. Não se muda uma cultura, posições comportamentos de uma hora para a outra. No entanto, estamos avançando bastante e melhorando a forma de consumir informação”, destacou.