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Dr. Dre moderniza estúdio da Aftermath Entertainment com mesa SSL Duality Fuse de 96 canais

Nova aquisição reúne som analógico clássico e recall digital em tempo real, otimizando o fluxo criativo de Dr. Dre e sua equipe

Por Ricardo Batalha

O rapper, produtor musical e empresário Dr. Dre atualizou o estúdio principal da Aftermath Entertainment, em Los Angeles, com uma nova mesa Solid State Logic Duality Fuse SuperAnalogue de 96 canais. Ícone do hip-hop e criador do som G-Funk com o lançamento de The Chronic em 1992, Dre tem uma longa relação com as mesas SSL. “O primeiro amor da minha vida foi uma SSL”, comentou.

Segundo o engenheiro-chefe da Aftermath, Quentin “Q” Gilkey, que trabalha com Dr. Dre há 15 anos e assumiu a liderança técnica do estúdio em 2014, dois fatores principais motivaram a troca da antiga SSL 9000 K pela Duality Fuse: a velocidade de recall e a confiabilidade do novo sistema.

“Como o Dre costuma usar o console inteiro, todos os 96 canais, precisávamos de uma forma rápida de fazer o recall, e o Total Recall resolve isso perfeitamente”, explica Gilkey. “Além disso, é possível ter várias pessoas ajustando os parâmetros ao mesmo tempo, o que foi um fator decisivo para a compra.”

Outro ponto essencial foi reduzir o tempo de inatividade causado pela manutenção constante exigida por consoles analógicos antigos. “Com a Duality Fuse, não temos esse problema. O ritmo do estúdio hoje é muito mais acelerado. Conseguimos manter o som analógico que sempre buscamos, mas sem a manutenção que antes nos travava. Isso nos mantém criativos.”

A Aftermath utiliza consoles SSL há décadas justamente pela sonoridade marcante e pela profundidade que oferecem. Gilkey destaca que a nova Duality Fuse eleva essa experiência. “A profundidade do som em uma SSL é única. E a Duality levou isso a outro nível. Quando espalhamos tudo pelo console, sentimos o aumento na altura, largura e profundidade da mix, diferente do que se consegue no digital.”

A mesa traz um equalizador paramétrico de 4 bandas baseado no lendário “242 Black Knob” da série 4000 E, comutável para o estilo da série G, permitindo ao engenheiro escolher entre a saturação da E e a precisão da G. “Usamos os 96 canais com o G-EQ, o que pode estar contribuindo para o punch e o ganho harmônico incríveis que temos”, comenta Gilkey. “Também é possível aplicar drive harmônico por canal, o que permite empurrar os EQs e compressores de um jeito diferente da 9000 K.”

Ele lembra ainda que um bom ganho de entrada faz toda a diferença. “Se o estágio de ganho for bem feito e você levar o EQ ao limite da distorção, o resultado com a SSL é incrível, especialmente em graves e baterias.”

A Duality Fuse traz ainda o Fusion integrado, um processador analógico de mixagem que adiciona mais camadas de cor ao som, com recursos como Vintage Drive e Stereo Image. “O Fusion é uma ferramenta sensacional. Nunca estive tão satisfeito com um hardware. Sempre disse que uma SSL, quando bem usada, dá profundidade a qualquer som. O Fusion leva isso mais longe com distorções harmônicas e expansão do campo estéreo”, afirma Gilkey.

Segundo ele, a equipe já tentava convencer Dre a trocar a 9000 K há algum tempo, mas a decisão só veio durante o trabalho no novo álbum de Snoop Dogg, Missionary. “Estávamos no estúdio com o Eminem ouvindo o disco e o Dre perguntou pra ele: ‘Você não usa uma Duality? Gosta do recall?’ O Marshall elogiou e, na hora, o Dre virou pra mim e disse: ‘Vamos comprar uma’. Foi assim.”

A transição foi tranquila, conta Gilkey. “A equipe da SSL veio e nos deu um intensivão de dois dias nas novas funções e roteamento. Se você já conhece os consoles grandes da SSL, vai conseguir operar facilmente. O que muda são as possibilidades sonoras, que são muito maiores agora.”

O novo console também se encaixa perfeitamente no fluxo de trabalho da Aftermath. “A equipe de produção do Dre fica com seus computadores rodando Logic, Pro Tools, etc. Cada um com sua interface de áudio ligada à Duality em canais separados. O Dre gosta de equalizar direto para o ‘tape’, como ele diz. Quando o som está pronto, mandamos direto pro Pro Tools, seja de um produtor ou de cinco ao mesmo tempo.”

Durante a gravação, Gilkey organiza os arquivos e os envia a canais individuais no console para Dre ter controle de volume, equalização e compressão. “Na prática, terminamos a produção já com uma mix bruta de altíssimo nível. Quando chega a hora de mixar, checamos os níveis, zeramos todos os EQs e compressores e damos ao Dre uma folha em branco para começar.”

Site relacionado: https://solidstatelogic.com/

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